Multinacionais do setor de petróleo e gás instaladas no País estão no radar de prioridades do governo. Em meio à crise no setor – detonada pela Operação Lava Jato da Polícia Federal e também pela queda do preço internacional do barril do petróleo -, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, vem se encontrando com executivos do primeiro escalão de petroleiras, para sondar o interesse no leilão de áreas exploratórias, previsto para o final do ano.

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A 13ª Rodada de Licitações – promovida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) – estava marcada ainda para este semestre, mas, diante do cenário desfavorável, a opção do governo foi adiá-la para o fim de 2015. Enquanto o balanço financeiro de 2014 da Petrobras não é auditado e divulgado – condição para que a estatal participe do leilão -, o governo espera pela valorização do petróleo.

Uma alta no preço do barril aumenta o cacife das empresas para apresentar lances pelas áreas. O Tesouro, por sua vez, espera os recursos dos lances oferecidos para fechar as contas.

Nos encontros com o ministro, os executivos apresentaram reivindicações, como agilidade no licenciamento ambiental e flexibilização na política de conteúdo local, que exige das petroleiras um controle exaustivo de cada produto utilizado na construção de navios, sondas e plataformas.

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Apesar das reclamações, um alto executivo disse ter ouvido que a política de conteúdo local é “bandeira” da presidente Dilma Rousseff. Segundo a fonte, o ministro demonstrou preocupação com o tema e disse estar disposto a negociar mudanças, mas há dúvidas sobre o quanto a presidente Dilma está aberta.

Por meio de nota, o Ministério de Minas e Energia informou que “o ministro recebe em reuniões constantes da sua agenda pública os diversos agentes” do mercado. “Todas as associações de classe do setor elétrico, de petróleo, gás e biocombustíveis, e setor mineral já foram recebidas este ano”, diz a nota.

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