O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que há dois grupos estrangeiros interessados nos ativos da Abengoa no País. De acordo com ele, o governo está analisando se as propostas são viáveis e se será possível viabilizar a entrega das obras em construção no prazo estabelecido. Uma das linhas de transmissão detidas pela empresa é a que vai escoar energia da usina de Belo Monte para o Nordeste. Ao todo, a Abengoa possui projetos que somam 6,1 mil quilômetros de linhas de transmissão.

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Braga informou que um dos possíveis compradores manifestou interesse apenas nos ativos da Abengoa que já estão prontos e em operação. As linhas de transmissão ainda em construção teriam que ser repassadas a outro operador. Outro grupo informou ao governo ter uma proposta para assumir todos os ativos da Abengoa, tanto aqueles em operação quanto os em construção.

“O que nós queremos é que a proposta que seja colocada para nós seja uma proposta viável. Estamos estudando e conversamos com dois interessados, que efetivamente manifestaram interesse, e estamos analisando se as propostas são viáveis e firmes no sentido de viabilizar a entrega das concessões no prazo estabelecido”, afirmou o ministro.

Uma das possibilidades em análise pelo governo é retomar as concessões da Abengoa e licitá-las para um novo operador. Quando arrematou lotes de linhas em leilão, a empresa ofereceu deságios agressivos e pouco atrativos para o mercado. Nesse caso, nas novas licitações, a taxa interna de retorno desses projetos seria elevada.

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A Abengoa é um dos maiores grupos da Espanha e enfrenta uma espécie de pré-recuperação judicial. Quando anunciou a sua reestruturação, a empresa informou que a tentativa de entrada de um novo sócio havia fracassado e que acionaria um mecanismo de renegociação de dívidas, previsto na lei espanhola, antes de entrar em concordata.

Distribuidoras

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Braga disse ainda que o governo analisa uma solução para a situação das distribuidoras que estão com sobras de energia devido à queda do consumo no País. Segundo ele, o ministério também estuda uma saída para casos de contratos que não serão cumpridos, como o de usinas que estão atrasadas ou não sairão do papel, como as do grupo Bertin. “Precisamos tirar da pilha de contratos futuros casos em que a energia não entrará. Temos que trabalhar com números reais”, disse.