O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou que o debate para a redução do spread bancário, diferença de quanto os bancos pagam para captar e o quanto cobram para emprestar, é permanente e que a discussão sobre o custo dos produtos como por exemplo, o do cheque especial está em andamento. Neste momento, o Banco Central avalia as condições estruturais do cheque especial a partir de uma demanda da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para limitar a modalidade, assim como já foi feito no crédito rotativo, cujas mudanças foram implantadas em abril último.

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“A discussão do custo dos produtos em si está sendo feita”, destacou Trabuco, durante o Prêmio Finanças Mais, organizado pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) e o jornal O Estado de S. Paulo, na manhã desta sexta-feira, 30, na capital paulista.

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Quanto ao comportamento da inadimplência, que aumentou, conforme recentes dados do BC, o presidente do Bradesco afirmou que o indicador preocupa, mas que as piores ondas já passaram. Lembrou que nos últimos anos o setor bancário teve de absorver um crédito não performado, ou seja, inadimplente, que testou, na prática, o estresse do segmento.

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“Como a inadimplência vem por ondas e o processo empresarial corporativo ainda está se ajustando, ela voltou a crescer”, destacou Trabuco.

Segundo ele, o aumento da inadimplência é um reflexo da incapacidade do País de investir. A taxa de investimento do Brasil, de acordo com o executivo, ainda é muito baixa e assim não haverá retomada. “A retomada (do país) não será pelo consumo em um primeiro momento porque há uma taxa de desemprego alta. Será pelo investimento e aí privatizações, concessões, porque o investimento estrangeiro existe, mas tem vindo para os projetos já maduros”, concluiu Trabuco.