A combinação de dados mais fracos de atividade com a desaceleração da inflação na margem – a inflação ao consumidor desacelerou o ritmo de alta de 0,78% em abril para 0,58% em maio, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor 15 (IPCA-15) – deve levar o Banco Central (BC) a interromper o ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) na quarta-feira (28).
É o que prevê em relatório distribuído a clientes do Bradesco o diretor de Pesquisas Econômicas da instituição, Octavio de Barros. “A desaceleração recente da inflação ao consumidor e os dados mais fracos de atividade econômica no País deverão levar o Banco Central a interromper o ciclo de aperto monetário, em decisão a ser anunciada na reunião da quarta-feira”, prevê o economista.
“Dado que a autoridade monetária já realizou um ajuste expressivo na taxa Selic desde abril de 2013, acreditamos que os juros serão mantidos em 11%, ao menos para avaliar o efeito do aumento de 3,75 pontos porcentuais empreendido até o momento sobre a inflação e a atividade econômica”, acrescenta Barros.
Nesse sentido, segundo ele, a divulgação do PIB referente ao primeiro trimestre deste ano, na sexta-feira, 30, deverá confirmar a expectativa do Bradesco de desaceleração da economia no período. “Projetamos crescimento de 0,2% em relação ao último trimestre de 2013. No entanto, mais importante que o resultado em si, a revisão na série histórica será o destaque dessa divulgação”, previu o diretor do Bradesco.