O Bradesco inaugura na segunda-feira (2) a temporada de divulgação dos balanços dos grandes bancos referentes ao quarto trimestre de 2008 e, por tabela, do ano inteiro. Embora o período de outubro a dezembro tenha representado o auge da crise global – ao menos até o momento -, analistas projetam lucros robustos, sendo alguns deles recordes. Isso não quer dizer que os resultados estarão imunes à drástica piora do cenário. Especialistas esperam, também, um aumento das provisões (reservas), medida preventiva inevitável diante de uma alta dada como certa da inadimplência ao longo de 2009. “Em termos de lucros, não houve tanta mudança no quarto trimestre do ano passado”, disse o analista de instituições financeiras do banco JP Morgan, Frederic Rozeira de Mariz. Em compensação, observou, “a qualidade da carteira (de crédito) vem piorando significativamente em todos os bancos”.
Entre janeiro e setembro, o Bradesco acumulou lucro líquido de R$ 6,015 bilhões. A Austin Rating estima um ganho de R$ 1,85 bilhão entre outubro e dezembro, o que levaria o resultado anual para R$ 7,87 bilhões (ante R$ 8,010 bilhões em 2007). No caso do Itaú, aos R$ 5,93 bilhões do período janeiro-setembro, a Austin soma R$ 1,75 bilhão, valor projetado para os três últimos meses do ano. Com isso, o ganho total em 2008 iria a R$ 7,69 bilhões (ante R$ 8,47 bilhões em 2007).
O Banco do Brasil apresentará uma distorção no balanço, decorrente de ganhos extraordinários provenientes de uma operação com o fundo de pensão Previ. Por isso, o lucro esperado no ano pela Austin é de R$ 10,26 bilhões, o dobro dos R$ 5,1 bilhões de 2007. O anúncio está marcado para o dia 19. Por fim, o Unibanco, cujos resultados do quarto trimestre de 2008 serão anunciados junto com os do Itaú, no dia 25 (quarta-feira de cinzas), deve lucrar no ano, segundo a Austin, R$ 2,85 bilhões (de R$ 3,45 bilhões em 2007).