A demanda doméstica por papéis apresentou leve melhora em maio. Segundo dados divulgados hoje pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), as vendas domésticas de papéis somaram 395 mil toneladas no mês passado, alta de 2,3% ante abril, mês que teve dois feriados em dias úteis. Na comparação com maio de 2008, o indicador apresentou queda de 9,2%. O resultado do mês passado ficou praticamente em linha com os dados do setor em meses anteriores. No acumulado de janeiro a maio, as vendas domésticas somaram 1,897 milhão de toneladas, retração de 9,9% sobre 2008. As exportações no período, por sua vez, caíram 8,4% nos cinco primeiros meses, para 790 mil toneladas.
O fraco desempenho das vendas domésticas não sinaliza a substituição de produtos brasileiros por importados. O indicador de importações registra queda ainda mais acentuada, de 32,3% em maio ante mesmo mês de 2008 e de 31% no acumulado de janeiro a maio sobre igual intervalo do ano passado. O consumo aparente de papéis em maio totalizou 614 mil toneladas, queda de 3,6% em relação a abril e de 9,8% sobre maio de 2008. No acumulado do ano o índice tem queda de 7,6%, para 3,188 milhões de toneladas.
Celulose
As exportações brasileiras de celulose totalizaram 548 mil toneladas em maio, o segundo pior resultado do ano, atrás apenas do mês de março (534 mil toneladas), segundo a Bracelpa. Os números do mês passado representam uma queda de 28,5% em relação a abril de 2009 e de 49,4% ante maio de 2008. Diante da retração vista no período, o resultado do setor no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano somou 3,125 milhões de toneladas, alta de 3% sobre o mesmo intervalo de 2008 (3,033 milhões de toneladas). Em abril, a alta acumulada era de 32,2% sobre o ano passado. As exportações de celulose entre janeiro e maio de 2009 somaram US$ 1,217 bilhão, uma retração de 26,2% em relação aos cinco primeiros meses do ano passado. A queda nas vendas dos fabricantes de celulose é mais expressiva do que a registrada segmento de papéis, cujas exportações caíram 18,1% no ano, para US$ 667 milhões.
Apesar da queda nas vendas externas, a indústria brasileira de papel e celulose continua a registrar superávit comercial. O saldo positivo brasileiro nos cinco primeiros meses de 2009 ficou em US$ 1,403 bilhão, queda de 22,8% sobre o mesmo intervalo do ano passado. As importações brasileiras de celulose e papéis no período caíram 25,4%, para US$ 481 milhões, contra a queda de 23,5% nas exportações (US$ 1,884 bilhão).
A produção nacional no mês passado somou 1,156 milhão de toneladas, alta de 11,5% em relação a abril e de 2,4% sobre maio de 2009. Parte dessa recuperação é explicada pela entrada em operação da fábrica da Votorantim Celulose e Papel (VCP) em Três Lagoas (MS). No acumulado do ano, a produção nacional totaliza 5,127 milhões de toneladas, retração de 4% ante igual intervalo do ano passado. A queda é sustentada pela redução no ritmo de produção dos primeiros meses de 2009. As vendas domésticas de celulose em maio atingiram 112 mil toneladas, alta de 5,7% sobre abril e de 8,7% sobre maio de 2008. Este é o maior resultado de vendas mensais registrado em 2009, segundo os dados da Bracelpa.