Com a Vasp fora da concorrência, a BRA pediu autorização ao DAC (Departamento de Aviação Civil) para passar a funcionar como uma empresa aérea de transporte regular de passageiros. A atual concessão da companhia permite apenas a operação de vôos charters (fretamento). Com a mudança de licença, a BRA passará a competir diretamente com a Gol – que estreou na aviação comercial em 2001 – no conceito de operação ?low cost, low fare? (baixo custo e baixa tarifa).
?Na prática, nós até já concorremos hoje (com a Gol). Só que não tínhamos a licença para operar vôos regulares?, disse Wálter Folegatti, vice-presidente da BRA.
Segundo ele, a BRA deverá continuar oferecendo tarifas competitivas ao consumidor. ?Nós já operamos hoje com regularidade. Não existia razão para não ser uma empresa regular.?
Folegatti diz que a crise que afeta empresas regulares de aviação – como Vasp e Varig – não assustam a BRA. ?Existem os casos de sucesso, como a TAM e a Gol. Tudo depende de boa administração, de se manter competitivo e de lotar avião.?
Entre as mudanças que devem ocorrer com a alteração da licença da companhia aérea está a entrada no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, um dos mais disputados do país.
A BRA também pretende ampliar a frota de aeronaves -composta hoje por nove aviões -, que deve chegar a 14 Boeings até o final do ano.
A empresa voa hoje para 29 destinos nacionais, além de operar uma série de vôos charters internacionais. No ano passado, a BRA transportou cerca de 1,5 milhão de passageiros.
A expectativa de Folegatti é que a autorização do DAC seja concedida em até 30 dias.
Sem estatização
O governo confirmou que está descartada a idéia de estatização temporária da Varig por meio da transformação da dívida da companhia aérea em ações para os credores, como solução para resolver sua crise financeira.
Um novo mecanismo em discussão para salvar a empresa será subordinado às regras da recém-sancionada Lei de Falências, disse o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar.
A companhia aérea terá até 10 de junho, quando a lei entra em vigor, para concluir uma proposta juridicamente compatível com as exigências da nova legislação.