O último pregão de fevereiro da Bovespa foi volátil, sobretudo no período da tarde, quando o índice passou a oscilar entre altas e baixas. A notícia de um orçamento menor no Minha Casa, Minha Vida puxou para baixo as ações da construção civil que, ao lado da fraqueza de Petrobras, pesaram sobre o Ibovespa. No final, entretanto, a Bolsa conseguiu garantir os 67 mil pontos e fechar em alta.

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O Ibovespa encerrou a segunda-feira em alta de 0,72%, aos 67 383,22 pontos, maior nível desde o último dia 18 (68.066,82 pontos). Na mínima, registrou 66.687 pontos (-0,32%) e, na máxima, 67.458 pontos (+0,83%). Com o resultado de hoje, o índice fechou fevereiro com alta de 1,22%. No ano, o Ibovespa acumula perda de 2,77%. O giro financeiro negociado hoje totalizou R$ 8,136 bilhões.

A segunda-feira amanheceu com um clima mais ameno no exterior, depois que a Arábia Saudita aumentou sua produção de petróleo para suprir a menor oferta da Líbia. A notícia puxou para baixo os preços da commodity, que recuou 0,93% na Nymex, a US$ 96,97 o barril.

Sem a preocupação de desabastecimento do petróleo, os investidores internacionais puderam repercutir nos negócios de hoje os bons indicadores divulgados, sobretudo nos EUA. As bolsas europeias e norte-americanas fecharam em alta e a Bovespa acompanhou em boa parte da sessão. O Dow Jones subiu 0,79%, aos 12.226,34 pontos, o S&P avançou 0,56%, para 1.327,22 pontos, e o Nasdaq teve ganho de 0,04%, aos 2.782,27 pontos.

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O que desestabilizou o índice no período da tarde, segundo o analista da XP Rossano Oltramari, foi a notícia de que o orçamento do Minha Casa, Minha Vida neste ano ficou R$ 5,1 bilhões mais magro em 2011, totalizando R$ 7,6 bilhões. A notícia puxou as ações das construtoras para baixo. MRV ON liderou as perdas do Ibovespa ao cair 5,30%, Cyrela ON, -2,65%, Rossi ON, -2,27%. PDG ON, -1,09%, Gafisa ON, -1,25%. Bisa ON foi exceção ao subir 0,65%.

Petrobras também teve um dia de perdas, apesar de ter entregado um lucro recorde em 2010. Os analistas não gostaram do resultado operacional. Petrobras ON caiu 0,79% e PN, 0,07%. Vale, por outro lado, subiu: 1,08% a ON e 0,69% a PNA.

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Câmbio

O dólar adotou sinal misto no mercado de moedas durante à tarde, com leve queda ante o euro e discretas altas em relação ao franco suíço e o iene, enquanto no mercado local a moeda devolveu toda a perda intraday para fechar em alta de 0,12%, a R$ 1,6650 no balcão. A máxima, registrada pouco antes do encerramento dos negócios, foi de R$ 1,666, alta de 0,18%. Na BM&F, o dólar pronto terminou com tímida baixa de 0,09%, a R$ 1,6615. O giro financeiro em D+2 às 17h05 somava cerca de US$ 2,3 bilhões. No mercado futuro às 17h06, o dólar abril 2011, que passou a ter maior liquidez, projetava alta de 0,15%, a R$ 1,6755.

A moeda no balcão só subiu nos quinze minutos finais de negócios, depois de cinco leilões de compra feitos pelo Banco Central na sessão – quatro pela manhã e um à tarde. A autoridade monetária não só usou todos os tipos de leilões disponíveis – dois a termo, um de swap reverso e dois de compra à vista – como fixou taxa de corte acima do valor de mercado da moeda.

A primeira intervenção foi feita no mercado a termo, para o dia 16, e a taxa de corte foi de R$ 1,6615. Logo em seguida, o dólar bateu a mínima, de R$ 1,656, e o BC fez o segundo leilão a termo, com dólar para 23 de março e a taxa de corte ficou em R$ 1,6640. Depois, foi feito um leilão de compra à vista com taxa de corte de R$ 1,6609, significativamente acima do valor que estava sendo registrado nas mesas de operações naquele momento, de R$ 1,659. Quase simultaneamente, o BC anunciou o quarto leilão, no qual ofertou 30 mil contratos de swap cambial reverso com três prazos. Nesta operação, o BC colocou 25,3 mil contratos, o que equivale a US$ 1,339 bilhão. À tarde, no quinto leilão no mercado à vista, a taxa de corte foi de R$ 1,6615.

Juros

Os juros futuros de curto prazo começaram a semana em queda, enquanto os longos chegaram ao final da negociação normal da BM&F próximos dos ajustes anteriores. O movimento, segundo operadores, refletiu o desmonte de posições de parte dos agentes que apostavam em uma elevação da Selic em 0,75 ponto porcentual nesta quarta-feira. O DI abril de 2011 (648.190 contratos) marcava 11,62%, de 11,66% no ajuste de sexta-feira. O DI julho de 2011 (367.685 contratos) estava em 12,09% (mínima), de 12,18% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2012 (316.835 contratos) recuava para 12,54%, de 12,61% no ajuste. O DI janeiro de 2017 (33.140 contratos), estável, projetava 12,33%.