A Bovespa caminha para terminar janeiro com o melhor saldo liquido em recursos estrangeiro para este mês em cinco anos. Desde 2007, o mercado acionário brasileiro não encerrava o primeiro mês do ano com superávit em capital externo, o que pode acontecer neste ano, destacam analistas.
De 2 a 24 de janeiro, os estrangeiros ingressaram com R$ 5,419 bilhões. O montante é resultado de compras de R$ 39,997 bilhões e vendas de R$ 34,579 bilhões neste período, conforme dados da BM&FBovespa. Em janeiro de 2010, a bolsa teve déficit de R$ 2,099 bilhões em recursos externos. No mesmo mês de 2009, o saldo negativo foi de R$ 646 milhões. Janeiro de 2008 teve déficit de R$ 4,731 bilhões. Em 2007, o primeiro mês fechou com conta negativa de R$ 1,264 bilhão.
Analistas observam que, depois de cair quase 20% no ano passado, a Bovespa apresenta muitas oportunidades de negócios com ações de companhias e setores promissores, mas que estão com preços defasados. “Os estrangeiros buscam pechinchas para ajustar suas carteiras e lucrar com ativos ainda defasados. A Bovespa deve manter tendência de alta ao longo de 2012, depois de enfrentar dois anos difíceis. Isso só vai depender da manutenção do cenário macroeconômico atual”, disse o estrategista de uma corretora paulista. No mês e no ano, os ganhos acumulados pelo Ibovespa superam 10%.
Além disso, profissionais contam que a previsão de que a taxa básica de juros continue caindo ajuda a atrair capital externo para Bolsa. “Para os grandes fundos é mais rentável investir em ações do que na renda fixa diante da expectativa de juros menores”, disse um outro especialista. Na última terça-feira, houve entrada líquida de R$ 115,8 milhões na Bolsa. Naquele pregão, o Ibovespa fechou em alta de 0,16%, aos 62.486,22 pontos. Na mínima, registrou 61.667 pontos (-1,15%) e, na máxima, os 62.536 (+0,24%). O giro financeiro totalizou R$ 6,626 bilhões.
Até o dia 24, conforme dados disponíveis no site da BM&FBovespa, os estrangeiros respondem por 19,42% das compras no mercado acionário brasileiro, seguidos por investidores institucionais (16,64%), pessoas físicas (10,10%), instituições financeiras 3,31%, empresas privadas e públicas (0,50%) e outros (0,02%). Na ponta vendedora, entretanto, são os investidores institucionais que estão na frente com fatia de 17,70%, seguidos estrangeiros (16,79%), pessoas físicas (11,24%), instituições financeiras (3,64%), empresas privadas e públicas (0,64%) e outros (0,01%).