A Bolsa de Valores de São Paulo terminou nesta segunda-feira (24) de recuperar tudo o que havia perdido com a crise do setor de crédito imobiliário norte-americano, detonada há dois meses. E não apenas zerou as perdas como foi além: o Ibovespa, principal índice da Bolsa paulista, voltou a bater recordes.
O índice avançou hoje 1,59% e fechou em nível inédito, aos 58.719,4 pontos, sustentado pela forte valorização de suas ações mais importantes, de Petrobras e Vale do Rio Doce. Este foi o 33º recorde de fechamento do ano. O anterior, de 58.124,6 pontos havia sido alcançado em 19 de julho, pouco antes dos problemas de crédito virem à tona nos Estados Unidos.
A pontuação de fechamento foi também a maior do dia. Nesse caso, a marca carrega ainda outro recorde, o de pontuação máxima histórica. A marca anterior, também registrada em 19 de julho, era de 58.292 pontos.
O índice acumula agora alta de 7,47% em setembro, 32,03% em 2007 e 68,74% desde setembro do ano passado.
A valorização das ações brasileiras se manteve apesar da inversão para o vermelho dos principais índices de Nova York esta tarde. Após subirem em três dos quatro pregões desde que o banco central dos EUA inesperadamente reduziu os juros básicos do país, as bolsas nova-iorquinas devolveram parte dos ganhos hoje. O índice Dow Jones fechou em baixa 0,44% e o Nasdaq recuou 0,12%.
Vale e Petrobras
As ações de maior peso na cesta do Ibovespa contribuíram para o novo recorde do índice. O papel preferencial da Companhia Vale do Rio Doce, por exemplo, liderou o ranking de maiores altas do dia, ao disparar 5,27%, para R$ 49,74. A ação ordinária da Vale também subiu forte, 4,59%.
Os papéis da mineradora foram beneficiados pela alta de preços dos metais – o ouro, por exemplo, se aproximou hoje das máximas em 28 anos. Também pesaram as expectativas de aumento de cerca de 30% no preço do minério de ferro durante as negociações que começam na próxima semana e o aumento do uso do níquel na indústria mundial.
As ações preferenciais da Petrobras subiram 2,56% e as ordinárias avançaram 2,12%, a despeito da queda do preço do petróleo. Analistas observaram que a companhia vai pagar dividendos de 50 centavos por ação ON e PN até 31 de março de 2008 com base na posição acionária de 5 de outubro. Portanto, quem comprar ações até dia 5 terá direito ao dividendo.