Borges rebate crítica a desempenho de exportações

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, rebateu nesta quarta-feira, 2, críticas que disse ter lido na imprensa sobre o desempenho das exportações brasileiras. Ele afirmou que o Brasil saltou de uma corrente comercial de US$ 120 bilhões, no início dos anos 2000, para US$ 500 bilhões hoje. “Isso é uma grande revolução no comércio exterior brasileiro”, disse, durante evento no Palácio Itamaraty.

Borges ressaltou o nível da corrente comercial é de 22% do PIB, próxima ao patamar de 25% dos Estados Unidos, o que coloraria o País no mesmo patamar das principais economias ocidentais. “O Brasil tem um nível de abertura próximo aos países grandes, com exceção da China, que teve um modelo de abertura baseado nas exportações. Os países do Ocidente têm um nível de abertura próximo ao brasileiro”, afirmou.

O ministro rebateu ainda críticas sobre a predominância de produtos primários na pauta de exportações brasileiras, o que foi apontado por ele como positivo em momento de crise global como o atual. Borges chamou de “privilégio” ter uma pauta exportadora com base “pujante” na agricultura e na mineração em meio à crise. “É um privilégio, num contesto internacional tão adverso, ter uma base tão competitiva no mundo”, disse. “É um privilégio num momento de vacas magras do comércio mundial ter produtos que vão ser consumidos. Nenhum chinês vai deixar de se alimentar”, destacou.

Segundo ele, o Brasil tem uma “vantagem comparativa” na exportação de produtos primários que levam o País a atingir um superávit “do ponto de vista estrutural”. Apesar do cenário positivo, Borges frisou que a próxima década será de expansão da venda externa de produtos industrializados. “O produtos manufatureiros têm papel fundamental nos próximos dez anos. Estamos num momento estrutural importante e estamos nos preparando para a expansão de comércio”, disse.

Informações desencontradas

A preparação, de acordo com o ministro, começa com o lançamento do Brasil Export – Guia de Comércio Exterior e Investimento. O guia foi lançado nesta quarta-feira, com um site em três idiomas (português, inglês e espanhol). A ferramenta deve centralizar informações e substituir o “velho” Siscomex. “Esse instrumento é uma plataforma extremamente relevante, porque cria uma coordenação de um conjunto de informações que já era produzido pelo governo, mas muito conduzido por vários ministérios” disse, frisando que as informações do governo sobre comércio exterior “são desencontradas”.

Os ministros das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e da Agricultura, Neri Geller, também participaram do lançamento. Figueiredo classificou o site como parte do “esforço nacional de promoção do comércio e atração de investimentos”. Segundo ele, o site é importante para uma “nova realidade da administração pública”. “Deverá ser valorizado cada vez mais o trabalho em equipe e a melhor estratégia para que o time de promoção comercial do Brasil possa ganhar sempre”, disse.

Geller destacou o aumento de produção agrícola nos últimos anos sem crescimento de área plantada na mesma proporção, afirmando que o País precisa “crescer em termos de organização e, principalmente, mostrar ao mercado que nosso País está preparado”.

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