O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, informou nesta quinta-feira, 8, que até terça-feira o Mercosul terá uma proposta de liberalização do comércio para ser apresentada à União Europeia. Segundo ele, um última reunião técnica acontecerá na próxima segunda e terça-feira, em Caracas, para fechar a oferta do bloco.
“A Argentina cumpriu praticamente todos os produtos que ela se comprometeu a ofertar e está praticamente concluída a oferta dela. Estamos finalizando com o Paraguai e com o Uruguai faltam pequenos ajustes”, informou ao chegar ao Senado Federal para audiência pública na Comissão de Relações Exteriores.
Segundo ele, Buenos Aires não está sendo um óbice para a conclusão da lista. “Estamos trabalhando lado a lado e estamos esperançosos de que no final do mês iremos a Bruxelas dizer à União Europeia que estamos prontos para efetivar a troca de ofertas”, afirmou.
Borges informou que a proposta envolverá entre 87% e 90% do comércio entre os blocos. “Evidentemente que quanto mais amplo for esse porcentual de cobertura mais competitiva será essa proposta”, disse. A redução de tarifas até a entrada em vigor do livre comércio ocorrerá em até 15 anos. “Nosso piso é 87%, que é uma cobertura extremamente elevada. Nós vamos de fato entregar o comprometido com a UE”, disse.
Proposta agrícola
Borges afirmou ainda que o Mercosul não aceitará um acordo de livre comércio com a UE sem uma proposta agrícola “pra valer”. “Queremos vantagens claras”, disse.
Ele lembrou que o Mercosul estará abrindo a sua indústria e quer vantagens competitivas na área agrícola. “Temos que chegar ao centro do ringue e dizer: o que vocês têm de interessante para nos oferecer?”, afirmou o ministro. “Precisamos sair das cordas e começar essa peleia no centro do ringue”, disse.
Ele contou que a presidente Dilma Rousseff tem perguntado o que a União Europeia tem para oferecer ao Brasil.