Na primeira visita a Manaus depois que assumiu o cargo, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a manutenção da Zona Franca de Manaus na proposta de reforma tributária que o governo vai enviar ao Congresso. Em rápida entrevista após participar de reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus, o presidente disse que a Região Norte tem ainda que receber atenção do Estado.

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Sobre críticas passadas feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao modelo de concessão de benefícios para a Zona Franca, Bolsonaro disse que ele evoluiu e entendeu a posição estratégica da região para o País.

“A continuar políticas anteriores, a tendência era nós perdemos a Amazônia”, disse o presidente. “A Amazônia é nossa. Somos respeitadores do meio ambiente, mas o desenvolvimento se fará presente”, acrescentou.

Bolsonaro foi questionado por uma repórter da ausência do ministro na entrevista, que é visto com desconfiança na região como um crítico dos incentivos para a Zona Franca. Em seguida, o presidente acabou pedindo a presença do ministro na entrevista: “Chama o Paulo Guedes aí”. Poucos minutos depois, Guedes chegou ao local da entrevista e afirmou que não tem sentido críticas a ele. Pelo contrário, afirmou que vê apoio dos parlamentares da bancada do Norte em todos os movimentos. “Pode ter alguém me criticando, mas não é o que eu sinto. O que eu sinto é que houve uma votação importante a favor das nossas reformas”, ponderou o ministro.

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Guedes e Bolsonaro fizeram questão de ressaltar que proposta de reforma tributária da Câmara, a PEC 45, que prevê o fim dos benefícios da Zona Franca, não é a do governo. “A nossa vai sair daqui a pouco e certamente nós sabemos a importância que é a estrutura tributária atual para a região”, acenou Guedes. O ministro disse que vai levar esse ponto em consideração na apresentação de sua proposta de reforma tributária.

Irritação

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Guedes ficou irritado ao ser questionado em seguida sobre os seus planos depois dessa nova declaração em apoio à Zona Franca. “Vocês colocam às vezes a questão de uma forma equivocada. O que eu disse é que nós queremos fazer uma reforma tributária. E aí alguém pergunta como vai ficar a Zona Franca. E eu perguntei se não quer que o Brasil faça uma reforma tributária sobre a Zona Franca”, criticou. Ele fez um apelo para que a situação seja olhada de uma forma construtiva. “Se vocês quiserem olhar conflito o tempo inteiro, aí vocês vão viver disso até conhecer a reforma”, disse Guedes bastante irritado.