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Bolsonaro apresentou a cara do Brasil de hoje na ONU, diz diretor-geral da OMC

Para o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), apresentou “a cara do Brasil de hoje”. Em evento do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), Azevêdo defendeu que as relações bilaterais do Brasil com países europeus não podem ser resumidas a um discurso pontual. “Mas, como não sou parte do governo, não tenho como avaliar qual é o tipo de interação que está sendo construída entre essas nações”, ressaltou.

O líder da OMC vê que as reformas propostas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, são essenciais para o desenvolvimento econômico do País. “A reforma tributária é, sem dúvida, um dos pilares da redução de custos”, disse, citando um encontro recente com Guedes.

Azevêdo disse não saber avaliar se a crise envolvendo as queimadas na Amazônia está tendo impactos comerciais.

Políticas ativas

O diretor-geral da OMC entende que o País precisa de políticas ativas para realocar brasileiros no mercado de trabalho. Para ele, as reformas econômicas propostas por Guedes, como a tributária e a da Previdência, também têm papel central para o aumento da competitividade do Brasil no comércio mundial.

No evento no IASP, Azevêdo destacou que o Brasil lidera discussões da OMC na área de medidas sanitárias, um dos temas que, para o diretor-geral, carecem de mudanças na organização. “Temos de modernizar o sistema comercial, e o Brasil participa de todas essas conversas”, declarou.

Azevêdo ponderou que o mercado internacional vive um momento de incertezas, mas que, como em toda crise, há espaço para oportunidades de crescimento, sem se alongar sobre quais seriam as melhores estratégias para isso. “Não há receita pronta, cada país terá de buscar a sua”, afirmou.

Trump

Em referência à declaração do presidente norte-americano, Donald Trump, em seu discurso da ONU, de que a OMC precisava de reformas, Azevêdo concordou. “É necessário reformar e atualizar a organização. Mas a reforma só vai acontecer se membros fizerem uma propostas e buscarem encontrar maneiras de preencher as lacunas”, argumentou.

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