Passado o susto com a decisão do Banco Central da Suíça (SNB, na sigla em inglês) de acabar com a taxa de câmbio mínima de 1,20 franco suíço por euro, as principais bolsas da Europa encontraram espaço para recuperação e fecharam com altas superiores a 1%. Os investidores interpretaram a ação do SNB como mais uma indicação de que o Banco Central Europeu (BCE) deve lançar medidas adicionais de estímulo à economia da zona do euro em breve, possivelmente na próxima semana.
Em relatório enviado a clientes, JPMorgan afirma que a decisão do SNB se justifica pelo fato de que a autoridade monetária estava perdendo a capacidade de impedir uma depreciação do euro em relação ao franco suíço. A tendência de queda da moeda única foi intensificada pela possibilidade da adoção de estímulos pelo BCE.
“O movimento de hoje da Suíça pareceu ser a de alguém pulando antes que fossem empurrados sem cerimônia”, disse Alastair McCaig, analista do IG.
Com o fortalecimento do franco frente ao euro, as ações dos países da zona do euro se tornaram mais atraentes que as suíças.
Em Frankfurt, o índice DAX subiu 2,20%, para 10.032,61 pontos, com as ações do Deutsche Bank
Subindo 2,32% e as do ThyssenKrupp avançando 4,22%. Em Paris, o CAC-40 teve alta de 2,37%, para 4.323,20 pontos e, em Milão, o FTSE-MIB ganhou 2,36%, aos 18.844,52 pontos. Em Londres, o FTSE-100 fechou na máxima do dia, aos 6.498,78 pontos, com elevação de 1,73%. O PSI-20, da Bolsa de Lisboa, avançou 1,31%, para 4.956,77 pontos, e em Madri, o Ibex-35 subiu 1,39%, para 9.982,50 pontos.
Já na Bolsa de Zurique, o índice SMI caiu 8,67%, para 8.400,61 pontos, com as ações do UBS baixando 11,74% e as do Credit Suisse perdendo 10,99%.
Logo após o anúncio do BC suíço, as bolsas europeias abandonaram as altas do início do pregão e se voltaram a campo negativo. Mas as perdas foram logo revertidas, na expectativa de que o BCE irá anunciar um programa de compra de títulos soberanos na reunião marcada para o dia 22 de janeiro.