Economia

Bolsas de NY fecham em alta, em sessão volátil com foco em coronavírus e balanços

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quinta-feira, 30, em uma sessão de altos e baixos. Os índices recuaram mais cedo, em meio às notícias sobre a disseminação dos casos de coronavírus por 18 países, mais de 8.200 casos confirmados e ao menos 170 mortos só na China. À tarde, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto como um caso de emergência global de saúde pública, mas descartou recomendações de restrições a comércio ou viagens, inclusive à China, e depois disso o apetite por risco melhorou. Os investidores reagiram positivamente às falas da OMS, que parabenizou a China pelas “medidas extraordinárias” para conter o vírus.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,43%, em 28.859,44 pontos, o Nasdaq subiu 0,26%, a 9.298,93 pontos. Já o S&P 500 fechou em alta de 0,31%, a 3.283,66 pontos. Destaque para ações da Boeing, que subiram 0,40%. Já o setor de comunicação teve a maior queda, de 0,79%, puxado pelas ações do Facebook, que caíram 6,14% no dia seguinte a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2019 que apresentou números melhores do que as previsões, mas não animou acionistas.

No cenário global, a notícia de mais casos confirmados de contágio pelo novo coronavírus, atingindo hoje a Índia e as Filipinas, incentivou cautela e sustentou o mau humor do mercado desde a abertura do pregão. Os investidores, no entanto, aguardavam o posicionamento da OMS, que acabou servindo como sinal de que o surto está, de certa maneira, controlado. Os líderes da entidade destacaram, em coletiva, que quase 99% dos casos reportados estão na China, e que o número de casos de coronavírus no restante do mundo tem sido “relativamente baixo”. Os índices da bolsa de Nova York reagiram depois disso e inverteram o sinal.

Os Estados Unidos confirmaram um novo caso de transmissão interna do vírus de Wuhan, e logo depois a OMS confirmou mais casos de contágio de humano direto (pessoas que não foram pra China, mas tiveram contato com doentes que passaram por lá) na Alemanha, no Japão e no Vietnã.

Para o diretor de investimentos do Julius Baer, Yves Bonzon, a disseminação do vírus “está se espalhando muito mais rápido do que o esperado”. “A situação é claramente muito séria, mas também nos lembra que, na verdade, ninguém sabe como a situação evoluirá no curto prazo e que mesmo opiniões de especialistas não são confiáveis”, acrescenta o analista. Bonzon aponta que “haverá claramente um impacto à economia, somente a magnitude é desconhecida”.

Também hoje, os mercados de ações nos EUA acompanharam com piora pontual a divulgação do PIB americano do quarto trimestre, que avançou em linha com o esperado na primeira estimativa do indicador, segundo a mediana obtida pelo Projeções Broadcast. Em 2019, o PIB desacelerou para 2,3%, contra 2,9% em 2018.

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