As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta sexta-feira, encerrando uma semana negativa, centrada nas negociações entre Estados Unidos e China e também na política americana, após a abertura de um processo de impeachment na Câmara dos Representantes contra o presidente Donald Trump. Depois de um início positivo, com o setor financeiro em destaque, uma notícia que pode significar mais um entrave no diálogo entre Washington e Pequim piorou o humor.
O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,26%, em 26.820,25 pontos, o Nasdaq recuou 1,13%, a 7.939,63 pontos, e o S&P 500 teve queda de 0,53%, a 2.961,79 pontos. Na comparação semanal, o Dow Jones caiu 0,43%, o Nasdaq cedeu 2,56% e o S&P 500, 1,01%.
A notícia da noite da quinta-feira de que as negociações entre EUA e China devem ser retomadas em 10 de outubro em Washington agradou aos investidores no início do dia, apoiando a compra de ações. Ainda pela manhã, porém, os setores de tecnologia e serviços de comunicação se enfraqueceram, com o índice Nasdaq passando ao território negativo.
O quadro de cautela se aprofundou em meio a notícias da imprensa americana de que o governo americano avaliaria restringir investimentos dos EUA na China, o que poderia representar um baque para a economia do país asiático e também para o diálogo sobre comércio. A notícia amparou várias mínimas nos índices à tarde e os deixou todos no vermelho.
A política dos EUA também seguiu no radar, com os democratas iniciando procedimentos para o processo de impeachment contra Trump. Embora analistas digam que é improvável o presidente ser retirado do posto, já que a situação republicana controla o Senado, os desdobramentos das apurações podem provocar desgaste a gerar alguma cautela nos mercados.
No fim do dia, papéis de tecnologia e serviços de comunicação confirmaram o movimento negativo, liderando as perdas. Apple caiu 0,49%, Alphabet cedeu 1,32% e Microsoft, 1,30%. No setor industrial, Boeing recuou 1,04%, enquanto as petroleiras não tiveram sinal único, com Chevron em baixa de 1,30% e ExxonMobil em alta de 0,72%.
Já entre os destaques positivos, Wells Fargo subiu 3,77%, com reação positiva ao anúncio de que Charles Scharf será seu novo executivo-chefe. Até então, ele ocupava o comando do Bank of New York Mellon, com passagens anteriores pela Visa e pelo JPMorgan. Entre outros bancos, Goldman Sachs avançou 0,36% e JPMorgan teve alta de 0,59%.