O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em alta, depois de os investidores interpretarem indicadores econômicos fracos como indício de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) reduzirá as taxas de juro em breve. O índice Dow Jones fechou no nível mais alto desde 8 de agosto e o Nasdaq, com o desempenho desta terça-feira (4), acumula a melhor seqüência de quatro pregões consecutivos de altas dos últimos quatro anos.
Entre as ações que mais subiram estavam as dos setores de tecnologia, financeiro e de energia. Segundo o estrategista Brian Rauscher, da Brown Brothers Harriman, os indicadores de atividade industrial dos gerentes de compras e a ata das reuniões em que os dirigentes do Fed discutiram a taxa de redesconto entre julho e o começo de agosto "indicaram alguma desaceleração na economia, mas não mostraram uma desaceleração dramática. Os dados foram amigáveis para o Fed e, portanto, para o mercado".
Das 30 componentes do Dow, 24 fecharam em alta. As da GM subiram 3,84%, em reação a seu informe de vendas de agosto. As da American Express avançaram 3,67%, acompanhando outras ações do setor financeiro. As da ExxonMobil subiram 1,75%, em reação à alta dos preços do petróleo.
No setor de tecnologia, as da Intel subiram 1,67%, as da Hewlett-Packard avançaram 1,60% e as da IBM ganharam 1,29%. As ações da Yahoo subiram 5,50%, depois de a Bear Stearns sugerir que a empresa é candidata a ser adquirida. As da Apple avançaram 4,08%, depois de elevação de recomendação pela Piper Jaffrey e devido à expectativa de lançamento de novos produtos num evento marcado para esta quarta-feira.
O índice Dow Jones fechou em alta de 91,12 pontos (0,68%), em 13.448,86 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 33,88 pontos (1 30%), em 2.630,24 pontos. O S&P-500 subiu 15,43 pontos (1,05%), para 1.489,42 pontos.
Títulos
Os preços dos títulos do Tesouro dos EUA chegaram ao fim do dia em direções divergentes, todos eles próximos dos níveis da sexta-feira. Operadores disseram que o mercado ignorou os indicadores divulgados pela manhã, o índice de atividade industrial do ISM (gerentes de compras), que recuou para 52,9 em agosto, de 53,8 em julho, e os gastos (investimentos) no setor de construção, que recuaram 0,4% em julho.
Em parte, os dados não tiveram impacto no mercado por causa do efeito previsivelmente limitado da turbulência dos mercados na atividade industrial, pelo menos até agora, e pelo fato de o indicador de investimentos em construção apenas confirmar o que já se sabia sobre o setor de imóveis residenciais. "Não é realista pensar que as preocupações quanto ao crédito aparecessem nos indicadores de agosto. Não deveremos ver alguma coisa antes de setembro ou outubro", comentou Joel Naroff, da consultoria Naroff Economic Associates.
Em Chicago, os contratos de Fed Funds para setembro projetavam no fim da tarde uma probabilidade de 100% de que o Fed reduza a taxa dos Fed Funds de 5,25% para 5% ao ano na reunião do dia 18 (mesmo nível da sexta-feira). Os contratos para dezembro projetavam uma probabilidade de 100% de que ela seja reduzida para 4,25% na reunião de 11 de dezembro.
No fechamento em Nova York, o juro projetado pelos T-Bonds de 30 anos estava em 4,833%, de 4,8345 na sexta-feira; o juro das T-Notes de 10 anos estava em 4,551%, de 4,532% na sexta-feira; o juro das T-Notes de 2 anos estava em 4,119%, de 4,132% na sexta-feira. As informações são da Dow Jones.