As bolsas da Europa encerraram a primeira sessão da semana em alta, à medida que se consolida a visão de que, apesar de ainda não haver resolução definitiva para o Brexit, os desdobramentos no Reino Unido tornam um divórcio abrupto em 31 de outubro cada vez menos provável.
O presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, rejeitou a tentativa do governo britânico de voltar a pautar, ainda nesta segunda, o projeto de lei do Acordo de Retirada, que já havia sido incluído na ordem do dia da sessão extraordinária do último sábado.
Por outro lado, o diretor-gerente da consultoria Eurasia na Europa, Mujtaba Rahman, avalia que, na votação “em princípio” sobre o acordo que se prevê ocorrer na terça na Casa, “um resultado apertado é provável”, mas os sinais são de que o primeiro-ministro Boris Johnson conseguirá reunir uma “pequena maioria” a seu favor.
“Suspeitamos que o apoio de alguns membros do Parlamento do Partido Trabalhista e de ex-conservadores deva permitir a Johnson compensar a perda dos 10 votos do DUP (Partido Unionista Democrático da Irlanda do Norte) e ganhar uma pequena maioria”, explica Rahman em relatório.
Para o analista, mesmo que 10 Downing Street ainda enfrente alguns percalços na tramitação do acordo com a União Europeia no Parlamento, seria possível conseguir tempo parlamentar adicional com uma extensão do prazo do Brexit.
No sábado, Johnson foi forçado a solicitar a Bruxelas um adiamento da data-limite para o divórcio, apesar de o próprio premiê ter se colocado de maneira contrária ao adiamento, em carta posterior a autoridades europeias.
A bolsa de Londres fechou em alta de 0,18%, aos 7.163,64 pontos, Frankfurt subiu 0,91%, aos 12.747,96 pontos, e Paris ganhou 0,21%, aos 5.648,35 pontos.
Em Milão, o avanço foi de 0,70%, aos 22.478,19 pontos, e houve alta de 0,78% em Madri, aos 9.402,30 pontos, e de 0,79% em Lisboa, aos 5.016,45 pontos.