Os mercados acionários da China, que já foram extremamente voláteis há não muito tempo atrás, estão atravessando um dos períodos mais calmos de sua história neste ano.
O índice Xangai Composto, que reúne as principais ações da quarta maior bolsa do mundo em valor de mercado, teve oscilações de mais de 1% em apenas dez pregões em 2017. No ano passado, isso ocorreu 65 vezes e, em 2015, em 141 ocasiões.
Os últimos 30 dias úteis, que coincidiram em parte com o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista chinês – realizado entre 18 e 24 de outubro -, foram os menos voláteis de qualquer período de 30 dias desde que a Bolsa de Xangai reabriu no início da década de 1990, segundo análise de dados da FactSet.
Uma série de fatores explica a calmaria, incluindo a baixa volatilidade recorde nos EUA e um cenário macroeconômico estável na China. Investidores institucionais, que olham mais para o longo prazo, estão assumindo uma fatia maior das operações nos mercados chineses.
Mas talvez o motivo mais relevante, segundo muitos investidores e operadores, é que Pequim tem mostrado um papel mais relevante nos mercados, após o forte período de volatilidade de 2015.
Reguladores de valores mobiliários têm pressionado corretoras e fundos ao longo do último ano para não venderem ações. Alguns operadores também citam o efeito de sustentação dos preços do chamado “time nacional” de fundos de investimento estatais, que entram no mercado para comprar ações quando os preços estão em queda.
Desde 2015, Pequim tem usado o “time nacional” para ajudar a estabilizar os mercados. Em junho, as participações acionárias desses fundos atingiram o recorde de 4,12 trilhões de yuans (US$ 622 bilhões), representando 7,2 da capitalização de mercado total das ações chinesas, de acordo com pesquisa recente da Sinolink Securities. Fonte: Dow Jones Newswires.