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Bolsa pode ter ‘anos de alegria’, avalia gestor de renda variável

Ainda que a economia brasileira não esteja crescendo vigorosamente, a retomada é relevante e justifica a valorização do Ibovespa pelo terceiro ano seguido, o diretor de Renda Variável da Franklin Templeton Investments, Frederico Sampaio. Até a última sexta-feira, o Ibovespa, índice que reúne as principais ações negociadas pela Bolsa paulista, a B3, exibia valorização de 8,79% em 2018 e de 28,15% em 12 meses.

A Franklin Templeton administra hoje patrimônio de R$ 3,1 bilhões no País, e Sampaio destaca que, depois de dois anos de recessão, o cenário está a favor de maiores lucros e, portanto, de um melhor resultado das ações na Bolsa.

Caso o próximo governo execute reformas fiscais, Sampaio prevê que será “só alegria” no mercado de ações em um horizonte de pelo menos quatro anos.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.

Em sua opinião, a Bolsa brasileira está no início de um ciclo de alta?

O desempenho positivo da Bolsa nos últimos dois anos reflete a virada das perspectivas do mercado sobre a economia brasileira. Agora, a valorização que vemos está mais relacionada aos resultados propriamente, e não a perspectivas. O Brasil voltou a crescer. Ainda que não seja vigoroso, o crescimento é relevante e significativo em relação ao cenário que víamos em 2015. A alavancagem operacional ajuda a gerar um aumento grande dos lucros.

Essa maior lucratividade não resulta menos do desempenho das empresas e mais de uma conjuntura, com financiamento barato e pouca necessidade de investimento?

Há crescimento no consumo. Apesar disso, as vendas ainda estão longe do pico. O que está acontecendo, portanto, não é nada brilhante nem fora do normal. Estamos apenas voltando à normalidade do Brasil, que é uma economia de crescimento baixo. A discussão agora é o que esperar para os próximos anos.

O cenário eleitoral é uma barreira para o mercado enxergar para onde vai a Bolsa?

Acho que barreira é uma palavra forte. Ainda não conseguimos traçar um cenário para o Brasil, por conta da incerteza diante das eleições. Se o futuro governo atacar os problemas fiscais, fizer a reforma da Previdência e aumentar a eficiência da economia, vai surgir um ciclo virtuoso, será um cenário de Bolsa para cima por muito tempo.

É imperativo aprovar a reforma da Previdência?

Não tenho a menor dúvida: sim. A curva de juros do Brasil evidencia que o mercado ainda não conta com a continuidade dessa melhora, mesmo o País estando vivendo um contexto de inflação baixa e juros reais baixos de forma sustentável. Tem um problema fiscal enorme. O País bate o teto de gastos já no ano que vem. Sem reforma da Previdência, o governo não doma os gastos. Nosso cenário é que qualquer um que se eleja fará a reforma.

Como gestora estrangeira, o que mais perturba o investidor de fora?

A grande dúvida é qual reforma da Previdência vai ser possível realizar. Tirando isso, as dúvidas não são muito diferentes das dos brasileiros. O bom de tudo é que o pano de fundo é a recuperação econômica.

Mas a economia está se recuperando mais lentamente do que o previsto. Qual sua visão sobre essa retomada?

A economia está melhorando. As eleições desse ano de 2018 serão uma das mais importantes dos últimos tempos. Caso venha um cenário eleitoral positivo (com um candidato reformista), veremos melhora na atividade e, dentro de um horizonte de quatro anos, de relativa continuidade. Assim, podemos pensar em quatro anos de alegria na Bolsa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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