Descontentes com a falta de registro em carteira e a carga horária elevada nas indústrias de confecções na capital paulista, muitos bolivianos estão migrando para o Sul de Minas Gerais. No mês passado, dez deles começaram a trabalhar em uma indústria de garrafas térmicas em Pouso Alegre (MG), cidade que nos últimos meses recebeu muitas empresas e precisa de mão-de-obra para atender à nova demanda.

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Um peruano também já está em atividade na companhia e outros quatro bolivianos devem chegar nesta semana. “Um vai comentando com outro e a notícia se espalha”, diz Van Der Laam Oliveira, gerente de Recursos Humanos da Invicta, empresa que contratou os estrangeiros. Segundo ele, todos os contratados estão legalizados e têm desempenhado bem o trabalho.

Quem chega portando apenas o chamado “RG Estrangeiro” tem ajuda da empresa para regularizar a situação. Segundo Van Der Laam Oliveira, os brasileiros também são bons de serviço, mas com a oferta de vagas em alta na cidade, a rotatividade é muito grande e a mão-de-obra nacional não está dando conta.

Condições

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No novo emprego, os bolivianos têm, além do salário em carteira e horário fixo, benefícios como assistência médica. “Aqui a gente trabalha a quantidade certa de horas por dia”, diz o auxiliar de produção Selvin Moreno. Boliviano, ele lembra que, nas confecções de roupas de São Paulo, a carteira não era assinada e a carga horária nem sempre se resumia às oito horas diárias de trabalho como combinado. Por isso, ele e os demais teriam optado por seguir para Pouso Alegre. Na cidade mineira, eles estão produzindo garrafas, galões e caixas térmicas que são exportados para mais de 40 países.

Pouso Alegre tem apresentado anualmente quase o dobro de crescimento econômico em relação ao índice nacional, sendo, em Minas Gerais, a primeira em desenvolvimento econômico. Na cidade, somente nos últimos cinco anos, foram criadas 11.350 vagas de emprego, de acordo com números fornecidos pela prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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