Integrante do comitê de política monetária do Banco do Japão (BoJ), Takako Masai destacou hoje a necessidade de a instituição monitorar os efeitos negativos de suas agressivas medidas de estímulo.
“Visto que já se passaram quase cinco anos desde a introdução do relaxamento quantitativo e qualitativo do BoJ, é necessário observar cuidadosamente os efeitos positivos e negativos dessa política”, disse ela em discurso a líderes empresariais em Kobe, no oeste do Japão.
Com a declaração, Masai junta-se a outros dirigentes do banco central japonês, incluindo o presidente Haruhiko Kuroda, ao enfatizar que é preciso prestar atenção a possíveis riscos de uma agressiva política de relaxamento monetário, como efeitos colaterais no sistema financeiro.
No mês passado, Kuroda comentou que o BoJ precisa ficar atento à chamada taxa de reversão – momento em que juros muito baixos estabelecidos pelo banco central começam a prejudicar o sistema bancário e enfraquecer a política monetária acomodatícia. A fala de Kuroda gerou especulação de que o BoJ poderia considerar elevar taxas de juros para reduzir os efeitos negativos de sua política.
Masai, no entanto, não deu sinalização de mudanças iminentes, ao demonstrar cautela sobre a trajetória da inflação em direção à meta de 2% do BC japonês.
“É muito incerto até que ponto os ajustes positivos de preços das empresas se disseminarão”, afirmou ela, acrescentando que prevê significativo risco de baixa nos preços.
Depois de o Japão ter enfrentado mais de uma década de deflação, é importante criar uma “norma” para que preços e salários subam cerca de 2% a cada ano, defendeu Masai. Fonte: Dow Jones Newswires.