O presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Haruhiko Kuroda, disse nesta sexta-feira que o BC japonês interveio ontem no mercado de bônus para conter um avanço “excepcionalmente forte” nos juros, e não porque tenha metas ocultas de rendimento para papéis que não sejam de 10 anos.
Na quinta-feira, o BoJ lançou uma oferta de compra de volumes ilimitados de bônus do governo japonês (JGBs) a preços fixos pela primeira vez desde setembro, quando adotou uma nova política de controle dos juros, numa tentativa de impulsionar a inflação.
“Conduzimos a operação porque as taxas de juros haviam subido num ritmo excepcionalmente forte nos segmentos de dois e cinco anos” nas sessões anteriores, declarou Kuroda no Parlamento japonês.
Kuroda também ressaltou que, pela política introduzida há dois meses, o BoJ tem meta de juro apenas para o JGB de 10 anos.
Segundo Kuroda, os níveis de juros propostos ontem pelo BoJ para comprar papéis de dois e cinco anos não são “metas operacionais”. O BC se ofereceu para adquirir JGBs de dois e cinco anos a juros de 0,09% e 0,04%, respectivamente.
A estratégia básica do BoJ é usar as compras de JGBs como um alerta antecipado aos investidores, com o objetivo de evitar que os juros avancem mais, explicou Kuroda.
Os juros dos JGBs vinham mostrando tendência de alta desde a semana passada, seguindo o comportamento dos Treasuries e de bônus europeus, em meio à especulação de que o futura presidência de Donald Trump nos EUA impulsionará a inflação e o crescimento. Fonte: Dow Jones Newswires.