O desconhecimento sobre a taxa de longo prazo (TLP) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em vigor a partir deste mês, e o calendário político podem ter efeito negativo nos desembolsos ao segmento de infraestrutura, avaliou nesta terça-feira, 30, o presidente da instituição, Paulo Rabello de Castro. Ele avaliou que as incertezas quanto ao impacto da nova taxa no fluxo de caixa dos projetos pode “roubar estatística de desempenho da infraestrutura”. Ele também considerou um efeito negativo vindo das eleições por conta de vedações quanto a aprovações de projetos de infraestrutura públicos relacionadas ao calendário político.

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Ele salientou, porém, que dada a atual carteira de consultas e enquadramento, há uma “boa margem de segurança” de que serão aprovados até abril – e nos meses sucessivos – “um bom número de projetos de grande porte”. Rabello destacou, em especial, projetos nos segmentos eólico e de mobilidade urbana.

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Ele citou particularmente dois projetos de corredores viários para a prefeitura de São Paulo, consulta encaminhada no final do ano passado. “É objeto de estudo este ano e não tem por que não sair”, disse.

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Questionado especificamente sobre potenciais flexibilizações no segmento de energia, particularmente para projetos eólicos e solares, Rabello comentou de maneira geral que, diante da dificuldade por conta do desconhecimento em relação ao comportamento futuro dessa taxa, haveria uma sensibilidade do banco quanto à possibilidade de uma espécie de compensação, relacionada a uma possível flexibilização de prazo, já que com um maior prazo haveria uma potencial melhor distribuição do efeito da nova taxa ao longo do tempo.