Faltando apenas um mês para o resultado consolidado do ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a reportar uma queda de dois dígitos nos desembolsos acumulados de janeiro a novembro. O banco de fomento, porém, vê sinais de recuperação, que confirmam a previsão de crescimento no ano que vem.

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O banco de fomento desembolsou R$ 61 bilhões nos primeiros onze meses de 2017, o equivalente a um recuo 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa para 2018 é de desembolsos entre R$ 70 bilhões e R$ 75 bilhões.

“Com a perspectiva de recuperação da atividade econômica, ainda que lenta, mais esses resultados do Finame e do Capital de Giro, no ano que vem já voltaremos para um certo crescimento nos desembolsos”, disse Maurício Neves, superintendente da Área de Planejamento do BNDES.

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Os desembolsos da linha Finame somaram R$ 17,6 bilhões de janeiro a novembro deste ano, uma alta de 11% em relação ao mesmo período de 2016. A linha Finame é voltada para o financiamento da produção, modernização e compra de máquinas e equipamentos, “um importante termômetro da recuperação da atividade econômica”, frisou, em nota, o banco de fomento.

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As aprovações da Finame – última etapa antes da contratação e do desembolso – alcançaram R$ 19,7 bilhões de janeiro a novembro, expansão de 22% na comparação com o mesmo período do ano passado.

“É o primeiro sinal de volta dos investimentos, é Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) na veia. É um sinal importante”, ressaltou Neves.

Já a linha de financiamento BNDES Giro – voltada para o capital de giro de empresas – alcançou R$ 6,2 bilhões de janeiro a novembro, aumento de 199% em relação ao mesmo período do ano passado.

As consultas – primeira fase de análise de crédito no BNDES e que servem como termômetro para a demanda por financiamentos e futuros desembolsos – alcançaram R$ 88 bilhões de janeiro a novembro, 16% a menos que o registrado nos primeiros onze meses de 2016.

O banco frisou, porém, que as consultas para operações nos setores de Construção Civil e de Indústria Química tiveram crescimentos de 35% e 40%, respectivamente. O movimento sinalizaria “uma disposição do mercado para operações mais estruturadas em segmentos importantes da economia”, avaliou o banco de fomento, em nota.

Foram liberados R$ 13 bilhões em desembolsos para o setor de Agropecuária, um avanço de 8% ante os meses de janeiro a novembro de 2016. Por outro lado, todos os outros segmentos tiveram retração. A indústria recebeu R$ 13,3 bilhões, um tombo de 48%. Em Infraestrutura, a queda foi de 2%, com R$ 22 bilhões desembolsados. O comércio e serviços receberam R$ 12,7 bilhões, redução de 22%.

“Por desempenho setorial, a gente já vê sinais de uma possível recuperação (em 2018). Na indústria, a dinâmica entre as atividades não será homogênea. Mas alguns segmentos apresentam sinais de recuperação”, afirmou Neves.

Prioridade no setor de Infraestrutura, o segmento de Energia Elétrica teve R$ 11,5 bilhões desembolsados de janeiro a novembro de 2017, um crescimento de 55% em comparação ao mesmo período de 2016.

“Existem perspectivas interessantes de investimentos no setor de óleo e gás e energia eólica”, lembrou o superintendente do BNDES.

As aprovações do BNDES somaram R$ 60,1 bilhões no acumulado do ano, uma queda de 13% na comparação com janeiro a novembro de 2016. Os enquadramentos – fase de acolhimento dos pedidos de financiamento – alcançaram R$ 77,7 bilhões de janeiro a novembro, uma redução de 17% ante o mesmo período de 2016.