O ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, informou nesta sexta-feira (17) que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passará a oferecer financiamento a todas as empresas varejistas com participação do capital estrangeiro. Para as empresas inteiramente nacionais não há restrições, mas para as com capital estrangeiro, atualmente, apenas os segmentos de eletroeletrônicos e alimentos podem contar com os recursos do banco de fomento.
Para ampliação do financiamento será necessário publicar um novo decreto, regulamentando o assunto e eliminando as restrições atuais. De acordo com o ministro, o texto do novo decreto já está com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para ser revisado. Depois o documento voltará para o ministério e será encaminhado para a Casa Civil, já na próxima semana. "Espero que saia logo", afirma, sem dar prazo para a entrada em vigor da medida.
O BNDES passará a aceitar recebíveis (títulos de valor a ser recebido em momento futuro) como garantia para os financiamentos das empresas varejistas, de acordo com o ministro do Desenvolvimento, que participou hoje de reunião com o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), em São Paulo. Atualmente muitas empresas do setor têm dificuldade para obter recursos do banco de fomento, por não terem ativos suficientes para garantir a operação.
Segundo o consultor estratégico do IDV, Emerson Kapaz, na próxima quarta-feira representantes do instituto participarão de uma reunião com o BNDES para discutir o novo formato de financiamento. Na avaliação do ministro, o modelo de empréstimo ficará pronto até o final deste mês. Segundo ele, a avaliação dos riscos e o prazo dos recebíveis a serem aceitos será feita caso a caso. "É um modelo novo para o BNDES, mas já aceito por outros bancos. A vantagem é que o BNDES é mais competitivo e oferece juros menores por ser um banco de fomento", disse. A expectativa do ministro é que a modalidade esteja disponível ainda este ano.