A empresa que levar a concessão do serviço público de loteria instantânea, que viabilizará a privatização da Lotex, braço da Caixa Econômica Federal que cuida das “raspadinhas”, poderá usar a rede de lotéricas do banco federal, mas terá de negociar diretamente com a instituição financeira. Segundo Guilherme Albuquerque, chefe de departamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não há obrigatoriedade de o concessionário usar a rede de lotéricas.
“A utilização da rede lotérica é de livre decisão do concessionário. Se desejar, vai procurar a Caixa para fazer a negociação. Não há previsão ou obrigatoriedade de usar esses pontos de venda”, afirmou Albuquerque, em audiência pública sobre o processo de privatização da Lotex, que ocorre nesta terça-feira, 26, no Rio.
O executivo aproveitou para defender o valor mínimo da outorga exigida como lance no leilão de privatização. Conforme as minutas colocadas em consulta pública pelo governo federal, o lance mínimo será de R$ 916 milhões. “O plano de negócios referencial foi a base para chegar nesse valor”, afirmou Albuquerque, completando que o plano, uma estimativa que não precisa ser seguido pelo concessionário, levou em conta pontos de venda, custeio, logística e investimentos.
Além disso, segundo Albuquerque, a avaliação sobre o valor da outorga, conforme o modelo de concessão e o plano de negócios, passou por uma segunda opinião. A Ernst & Young foi a consultoria que desenhou o modelo de negócios e fez a primeira avaliação do valor. Já a consultoria Baker Tilly foi contratada para fazer uma segunda avaliação. “Esse valor está num range bastante aceitável”, disse Albuquerque.