Com o objetivo de tornar mais ágil a concessão de crédito, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai mudar a análise de empréstimos: ela deixará de ser baseada em projetos e vai focar em clientes. Médias e grandes empresas que recorrem ao banco diretamente passarão por uma “habilitação” inicial, com um valor máximo de crédito pré-aprovado, que valerá para um ou mais pedidos.
As mudanças começam a ser adotadas neste mês, para que, em outubro, passem a valer para todas as áreas, de acordo com apresentação interna feita aos funcionários do banco na quarta-feira. A nova estrutura organizacional integra o projeto de transformação estratégica do BNDES. “A ideia é que o banco venha a ter um processo de habilitação. A gente está falando de clientes, não de projetos específicos”, afirmou o superintendente de Planejamento do BNDES, Maurício Neves.
Atualmente, para pedir empréstimo ao BNDES, a empresa precisa apresentar um projeto. Se for aprovado numa triagem inicial, o pedido é “enquadrado”, ou seja, aceito para análise do setor respectivo à empresa. Se uma mesma empresa faz mais de um pedido ao banco, passa pela triagem a cada projeto apresentado.
Na nova lógica, a triagem inicial habilitará a empresa a tomar até um valor máximo. Até esse limite, a companhia poderá pegar um ou mais empréstimos, em diferentes linhas – pode ser um crédito automático para comprar maquinário, num primeiro momento, e um financiamento corporativo para expandir a fábrica, em outro momento, explicou Neves.
Com isso, será extinto o Departamento de Prioridade, hoje responsável por fazer a triagem inicial e levar as informações para decisão do Comitê de Enquadramento de Crédito (CEC), formado por executivos de várias áreas do banco. O enquadramento e a aprovação do CEC continuarão existindo, mas mudará o trabalho de reunir as informações.
Para novos clientes, a análise ficará a cargo da recém-criada Área de Fomento e Originação de Crédito (AFO). Para clientes antigos, o enquadramento será preparado pelas próprias áreas operacionais, equipes que já fazem a análise completa e acompanham as empresas no dia a dia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.