O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou nesta quarta-feira, 18, que não há mais “eventos” de operações do passado que requeiram esclarecimento por parte da instituição de fomento. O executivo fez o comentário ao fazer um balanço das cinco metas que colocou, em julho, quando assumiu o cargo, para os seis primeiros meses de gestão.

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Uma das metas era “explicar a caixa-preta”. O BNDES ficou conhecido como “caixa-preta” pela suposta falta de transparência na prestação de informações.

“Entendemos que não há nenhum assunto a mais que precisemos intervir para informar”, afirmou Montezano, na apresentação do Plano Trienal 2020-2022 do BNDES, na sede do banco, no Rio. “Não há nada, nenhum evento a mais que requer esclarecimento”, completou, citando ações como a divulgação de um erro operacional num empréstimo com a JBS e anúncios de perdas em potencial com empréstimos ao exterior e ao grupo Odebrecht.

Questionado especificamente sobre a demanda comum entre os apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, por revelações de grandes casos de corrupção envolvendo o BNDES, Montezano frisou que o trabalho de ampliação da transparência é constante.

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O banco poderá fazer novas divulgações caso surjam novos fatos, disse ele.

Megaoferta da Petrobras

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O BNDES definirá o consórcio de bancos de investimento que trabalharão na megaoferta de ações da Petrobras em até uma semana, afirmou o diretor responsável pela área de mercado de capitais, Leonardo Cabral. Semana passada, o BNDES comunicou à Petrobras a intenção de vender até a totalidade de sua participação em ações ordinárias (ON, com voto) numa oferta secundária que deverá ser realizada até março, como revelou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Pelas cotações da última quinta-feira, 12, o valor total da operação poderia chegar a R$ 24 bilhões, mas o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que a comunicação à Petrobras não pode ser vista como qualquer indicação de volume a ser vendido ou de prazo para realização da operação.

“Não há qualquer indicação de volume ou prazo. Vai depender do apetite de mercado”, afirmou Montezano na apresentação do Plano Trienal 2020-2022.

Segundo o presidente do BNDES, se o mercado demonstrar apetite pela oferta de ações da Petrobras, a venda poderá ser mais rápida e maior. Se o mercado “pedir muito desconto” no preço da ação, a venda tende a ser desacelerada.

Montezano afirmou ainda que o BNDES esperou a oferta inicial de ações da petroleira estatal da Arábia Saudita, a Aramco, que movimentou em torno de US$ 25 bilhões, antes de dar prosseguimento à oferta dos papéis da Petrobras que estão em sua carteira.

“Não iríamos a mercado enquanto estivesse aquele elefante na estrada. Ficamos educadamente esperando”, afirmou Montezano.