BNDES reduz juros para financiar máquinas

Rio (AE) – A taxa de juros final para o programa Modermaq, de financiamento de máquinas e equipamentos de fabricação nacional, foi reduzida de 13,95% para até 12% ao ano. O anúncio foi feito ontem pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca. A taxa fixa para o financiamento, que tem prazo de 5 anos, ficará entre 9,5% e 12%, dependendo do spread cobrado pelo agente financeiro repassador dos recursos do BNDES.

Passa a ser oferecida também uma alternativa de financiamento com taxa variável composta pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais spread de 0,5% cobrado pelo BNDES, acrescido do spread do agente repassador, que pode variar de 1% a 3,5%. Considerando a TJLP atual, que está em 7,5%, o custo pela linha variável ficaria entre 9% e 11,5% ao ano.

Fiocca explicou que a redução da taxa fixa do programa foi possível porque o banco está assumindo o risco de alta da TJLP, que antes era do Tesouro Nacional no caso da taxa passar de 10% ao ano. Em troca, o BNDES repassava ao Tesouro a diferença entre a TJLP e os 10% quando a TJLP ficava abaixo desse nível, como está agora.

Com o fim do acordo com o Tesouro Nacional, o BNDES fica liberado também de cobrar pelo menos 10% ao ano pela sua parte no Modermaq sem contar o spread do agente financeiro. O limite máximo desse spread do agente também foi reduzido: ia até 3,95% e passou para 3,5%. ?O cenário está favorável a queda de juros e da TJLP?, disse Fiocca.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, aprovou a redução de juros no programa Modermaq. ?Estamos chegando a taxas civilizadas de juros para investimento produtivo. É mais um elemento para a sobrevivência da indústria nacional de máquinas? disse, queixando-se da ?crescente importação de máquinas chinesas? e da diferença do câmbio chinês e brasileiro.

Seus elogios às mudanças feitas pelo BNDES ficaram restritas à linha com taxa fixa, cujo custo máximo passou de 13,95% para entre 9,5% a 12% ao ano, dependendo do spread do agente repassador. ?Não sabemos avaliar o impacto dessa nova linha de taxa de juros variável?, afirmou.

Segundo Mello, os compradores de máquinas e equipamentos agrícolas ficaram traumatizados com a instabilidade dos anos 80 ao Plano Real. ?A taxa fixa está maior que a variável, contudo, ainda existe na memória do investidor aquele trauma: ?não entro em taxa variável nunca mais na minha vida??, contou.

A taxa variável é de TJLP mais 0,5% de spread do BNDES mais entre 1% e 3,5% de spread do agente repassador. No momento, com a TJLP em 7,5%, isso resultaria em de 9% a 11,5% ao ano, conforme o spread do agente financeiro repassador. Ele reclamou dos agentes repassadores reduzindo ?os parceiros da indústria? a Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal ?e com um pouco de ressalva o Unibanco?, além de bancos de empresas e ?alguns estaduais como a Nossa Caixa?. O BNDES tem cerca de 90 agentes cadastrados, mas apenas em torno de 60 operando, informou o diretor do Banco Maurício Borges Lemos.

Faltou documentação para a Volks

O crédito de R$ 497,1 milhões que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou em abril para a Volkswagen até hoje não foi objeto de assinatura de contrato e conseqüentemente, não foi liberado ?por questões de documentação e outras?, disse ontem o presidente da instituição financeira, Demian Fiocca. ?A operação não foi contratada não por veto, mas outros motivos?, disse.

De acordo com ele, não há restrições do Banco em trabalhar com a empresa, apesar das demissões anunciadas pela Volkswagen. Fiocca explicou que em contratos já assinados com a Volkswagen há cláusulas em que a companhia não pode demitir naqueles projetos específicos, que são objeto de financiamento, sem apresentar um plano sujeito à aprovação do BNDES sobre temas como incentivo à recolocação dos funcionários. Do contrário, as condições dos financiamentos mudariam.

?O programa (de demissões) que a Volks anunciou não se refere àqueles projetos específicos (financiados pelo banco). É um programa de reestruturação mundial?, disse.

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