A petroleira venezuelana PDVSA montou um pacote de cartas de fianças bancárias com prazo de cinco anos para oferecer ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como garantia para assumir 40% do financiamento de R$ 9,89 bilhões concedido pelo banco ao projeto da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
O crédito foi obtido em 2009 pela Petrobras, porque a PDVSA, sócia do empreendimento, não conseguia cumprir as exigências do BNDES. Em reunião com a diretoria do banco em dezembro, o embaixador da Venezuela no Brasil, Maximilien Arvelaiz, e um representante da PDVSA propuseram oferecer como garantia do empréstimo fianças de bancos de primeira linha com prazo de cinco anos, que poderiam ser renovadas com o empreendimento já em operação. O BNDES indicou que aceitaria a solução, reduzindo as exigências. O banco normalmente exige cartas com prazo de 20 anos.
O BNDES não quis comentar oficialmente o assunto, mas a informação foi confirmada pela embaixada venezuelana e por fontes do banco. Os emissários venezuelanos estiveram no BNDES para checar como seria recebida a proposta, mas não levaram um pacote de garantias pronto. Ele ainda estaria sendo montado. Depois de apresentadas, as garantias ainda teriam de passar por análise do BNDES.
Em julho de 2009, a Petrobras obteve financiamento de R$ 9,89 bilhões do BNDES para a Refinaria Abreu e Lima, dentro do crédito especial de R$ 25 bilhões do banco à estatal em meio à crise mundial. A PDVSA deveria assumir 40% do empréstimo (R$ 3,9 bilhões), seguindo a proporcionalidade de sua participação no projeto, mas não conseguiu aprovação do BNDES. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.