A atual crise nos mercados financeiros internacionais pode postergar a conquista pelo Brasil do investment grade (grau de investimento), mas as agências de risco devem promover a classificação brasileira até o final do primeiro semestre de 2008. A expectativa é do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.
Ele destacou a melhora de vários indicadores da economia do País. Entre eles, citou as reservas internacionais, que atingiram o patamar de US$ 162 bilhões, e a queda da relação entre dívida e Produto Interno Bruto (PIB). "Embora a reforma tributária seja uma necessidade, o fato é que as condições fiscais brasileiras estão sob controle", disse. O presidente do BNDES também enfatizou o avanço do setor privado brasileiro. "O indicador de rentabilidade das 500 maiores empresas do País está há três acima de 12%, o que não acontecia há 25 anos", comemorou.
Empréstimo
Coutinho afirmou ainda que a demanda por pedidos de empréstimo no BNDES vem aumentando e as aprovações superam os desembolsos em quase R$ 30 bilhões. "Isso sinaliza uma clara expansão nos empréstimos do banco, o que criará um saudável problema de funding (recursos para financiamento)", comentou.
Segundo o executivo, essa dificuldade não preocupa, pois o BNDES tem acesso a linhas de crédito com organismos multilaterais e pode ainda captar recursos no mercado de capitais. "O que nós não faremos é deixar de aprovar qualquer projeto com retorno econômico e social por receio de falta de funding", assegurou.
Entre as alternativas, ele citou uma nova emissão de debêntures ou até mesmo uma nova edição do PIBB – Papéis Índice Brasil Bovespa. Coutinho participou hoje de almoço promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef).
