O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou hoje que a instituição poderá administrar os recursos provenientes do pré-sal no exterior.
Segundo ele, o País receberá um fluxo relevante de capital nos próximos anos, sendo que uma parte não poderá ser internalizada, para evitar flutuações indevidas no câmbio.
A administração de recursos do pré-sal seria um dos papeis do BNDES a partir de sua nova base em Londres, inaugurada hoje com a presença do presidente Lula, da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e do secretário de negócios do Reino Unido, Peter Mandelson.
“Os recursos do petróleo representam uma riqueza para as futuras gerações e precisam ser bem administrados”. Para Coutinho, a apreciação excessiva do câmbio não faz bem a nenhuma economia.
No entanto, segundo ele, o Brasil tem hoje o reconhecimento generalizado de que possui uma economia saudável. Coutinho afirmou que os gestores de recursos estão rebalanceando suas carteiras e migrando para ativos brasileiros. “Essa onda chegará a um ponto de equilíbrio”, disse, sem especificar qual seria a taxa de câmbio ideal para o País.
Coutinho afirmou ainda que os investimentos do País estão em processo de recuperação e que os bancos privados devem retomar suas operações nos próximos meses, para que o BNDES possa sair do papel de fornecedor de capital de giro. “A crise é página virada para o Brasil”.
Ele não especificou qual é o orçamento do escritório do BNDES em Londres e nem do banco em 2010, já que essas questões ainda estão sendo discutidas com Mantega.
Coutinho disse apenas que a nova base na capital britânica, que dá início à internacionalização do BNDES, representará um investimento pequeno e terá uma equipe reduzida.