O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou na manhã desta terça-feira, 29, que o banco de fomento não pretende fazer novas captações no curto prazo. “O BNDES praticamente encerrou suas necessidades de captação neste ano”, disse ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, antes de participar do evento de lançamento da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI), realizado em São Paulo.

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No fim de março, o BNDES obteve um empréstimo de US$ 500 milhões junto ao Banco de Tokyo-Mitsubishi UFJ (BTMU). Na época, o banco de fomento informou que os recursos poderiam ser utilizados para apoiar a internacionalização de empresas brasileiras e defendeu que o custo da captação foi bastante competitivo.

“Fizemos isso nos primeiros meses do ano, observando um momento mais favorável”, afirmou Coutinho. Ele explicou que, depois de um período de bastante ansiedade e volatilidade dos mercados, é notória a menor oscilação do câmbio. “O real apreciou um pouco, foi uma janela que nós aproveitamos com muito sucesso em captações feitas no início do ano”.

Setor elétrico

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Coutinho ressaltou que a formação do consórcio entre dez bancos para conceder um crédito no valor de R$ 11,2 bilhões para as distribuidoras de energia elétrica mostrou que o BNDES não precisa entrar no financiamento do setor, caso ocorra uma segunda rodada de empréstimo em 2015. “Ficou claro que não é necessária a nossa presença, dado o interesse manifestado pelos bancos comerciais nesta ocasião”, disse.

O presidente do BNDES falou ainda que, por se tratar de um modelo de empréstimo de curta duração, a iniciativa é mais adequada aos bancos comerciais. “Faria pouco sentido o BNDES participar, salvo se não tivesse havido interesse. Ele acrescentou que, para esse tipo de operação de curta duração, os bancos comerciais, públicos e privados costumam destinar seus recursos e, por isso, não há problema de liquidez. “No caso da infraestrutura, ao contrário, estamos falando de empréstimos de 15, 20 ou 25 anos. Há um problema de escassez de funding para esta operação e, portanto, a participação do BNDES se torna decisiva”, comentou.

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Segundo ele, a estruturação de um consórcio é normal quando existe um financiamento de maior escala, já que ajuda a compartilhar o risco e, consequentemente, cria mais segurança para todos os envolvidos. “É muito positivo que se tenha estruturado o consórcio (para as elétricas)”, avaliou.

Coutinho disse ainda que o BNDES está comprometido em buscar soluções de compartilhamento de risco na forma de consórcio para financiamentos de grande porte. “É uma prática que já vínhamos utilizando e continuaremos fazendo. Vamos buscar ampliar”, afirmou. “Seja para infraestrutura ou para outras operações de grande porte em setores intensivos em capital”.