O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, informou nesta sexta-feira (20) que a instituição estuda conceder financiamento, em valor estimado entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões, para a compra de aeronaves da Embraer pela companhia aérea Aerolíneas Argentinas. Segundo ele, se o empréstimo vier a ser concedido deverá ser garantido pelo governo argentino e pelo Convênio de Crédito e Pagamentos Recíprocos (CCR), mecanismo da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). “Há uma consulta de pedido de financiamento que está sendo examinada pelo BNDES e ainda depende de um trâmite na Camex e da estruturação de garantias”, afirmou Coutinho.
“É um mecanismo precioso que a Aladi tem e que permite que os créditos entre nós sejam absolutamente garantidos. É isso que nos permitirá as condições para realizar a operação”, disse.
De acordo com o Ministério da Fazenda, o CCR é um mecanismo de compensação escritural e de garantias que funciona com base no cancelamento contábil de crédito e débito pelos bancos centrais. O banco central do país de destino de uma exportação brasileira dá mandato a um banco comercial do país de destino para operar e prestar garantias em seu nome.
O exportador brasileiro, mediante a apresentação dos documentos exigidos pelo convênio, recebe o pagamento por sua exportação na data de vencimento do documento de crédito. Por fim, o banco comercial brasileiro é reembolsado pelo Banco Central do Brasil, que registra um crédito em seu valor contra o banco central do país de destino. Com isso, o exportador elimina o risco comercial representado pelo importador e o risco bancário representado pelo banco comercial estrangeiro envolvido na operação.
Coutinho negou que o eventual empréstimo do BNDES seja destinado à Embraer. “Sempre que financiamos o comprador da aeronave da empresa, não estamos financiando a empresa, mas o comprador. Estamos gerando demanda para que a empresa tenha melhores condições de manutenção e expansão de seus empregos.”