BNDES diz que não cogita venda maciça de participações

Em nota distribuída nesta terça-feira, 08, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirma não cogitar “a venda maciça de sua carteira de participações acionárias”, como chegou a ser veiculado nesta terça na imprensa. O banco declara ainda que “não há qualquer orientação do Ministério da Fazenda nesse sentido”.

A utilização de instrumentos alternativos para elevar o funding do BNDES, que prevê desembolsar R$ 190 bilhões em financiamentos este ano, é um tema que vem sendo comentado. Em 19 de setembro, após a conclusão de uma captação externa de US$ 2,5 bilhões, o Broadcast, serviço de notícias de tempo real da Agência Estado, noticiou, utilizando informações de fontes, que o banco estava empenhado em reduzir o valor do aporte que o Tesouro terá de fazer ainda este ano e que é estimado, na instituição, em torno de US$ 30 bilhões.

A captação contribuiu com uma parte dessa redução; outro seria a monetização de alguns ativos de que o banco dispõe, com o objetivo de reforçar o seu caixa. Esta monetização poderia ocorrer tanto com vendas “cirúrgicas” de participações acionárias como em operações combinadas de troca de títulos. De acordo com o que foi apurado à época, a intenção era reduzir a necessidade de injeção de recursos do Tesouro a, no máximo, R$ 20 bilhões.

No comunicado divulgado nesta terça o BNDES explicou que “como faz rotineiramente, continuará a praticar o giro de sua carteira, buscando gerar rentabilidade nas operações, respeitando sempre as melhores práticas de gestão e evitando gerar pressões que possam desestabilizar o mercado”.

“Seguindo a orientação do governo, o BNDES já vem reduzindo nos últimos anos as suas necessidades de funding por parte do Tesouro Nacional. No momento, o Banco está estudando novas iniciativas para reduzir ainda mais essa necessidade. Dentre as medidas encontram-se a revisão do BNDES PSI, ajustes de sua política operacional, maior utilização de recursos captados no mercado e criação de novos produtos financeiros que incentivem a maior participação do mercado de capitais e dos bancos privados no financiamento de longo prazo”, diz o texto.

Os desembolsos para o setor de infraestrutura são o principal fator de elevação do funding do banco, segundo apurou o Broadcast. Mas também está pesando na necessidade de recursos o ritmo de liberações do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) programa lançado durante a crise iniciada em 2008, com o objetivo de manter o investimento industrial. O programa, que seria provisório, foi sucessivamente prorrogado, com algumas modificações. Agora, o prazo final estipulado é dezembro de 2013. Os recursos do Tesouro entrarão em caixa quando houver necessidade, o que se estimava que iria ocorrer a partitr deste mês. Também deverá ser feito em duas ou mais tranches, dependendo do que for estabelecido como aporte total.

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