Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) este ano devem ficar entre R$ 126 bilhões e R$ 127 bilhões, previu hoje o presidente do banco, Luciano Coutinho. De acordo com ele, o valor é inferior ao registrado no ano passado, quando o banco encerrou com desembolsos de R$ 144 bilhões. Entretanto, o executivo lembrou que, em 2009, os desembolsos do banco foram influenciados por um aporte extraordinário à Petrobras, de R$ 25 bilhões.
“Este financiamento à Petrobras, deste porte, não deve se repetir este ano”, disse, comentando que o valor total de desembolsos referente ao ano passado foi alavancado pelo crédito à empresa. Ou seja: o desempenho de liberações do BNDES deve ficar abaixo do apurado no ano passado devido a um efeito sazonal, na avaliação de Coutinho.
Ele negou que o governo pretenda realizar novos aportes de grande magnitude ao banco. “O BNDES tem funding para cumprir seu papel em 2010 com folga” afirmou, acrescentando não saber de onde surgiu a notícia de um novo aporte para o banco. Durante a entrevista coletiva hoje para detalhar o desempenho do BNDES no primeiro trimestre deste ano, o executivo comentou que o banco tem trabalhado ativamente para fortalecer o mercado de capitais e a iniciativa privada para que estes dois campos também se tornem instrumentos de capitalização na economia brasileira.
Na análise do executivo, é preciso desenvolver novas alternativas de investimento, além do banco, para injetar recursos na economia do País. “Queremos desenvolver novas opções, como fundos de debêntures, por exemplo, para ajudar em investimentos de maturação mais longa”, explicou. “Acredito que o desenvolvimento do País passa mais pelo desenvolvimento do mercado de capitais, do capital de giro, do que no desenvolvimento de financiamentos”, afirmou.
Entretanto, comentou que, no caso específico de apoio a empreendimentos de infraestrutura, o BNDES ainda terá participação significativa em financiamentos. Isso porque investimentos deste tipo têm um prazo mais longo, de 25 anos a 30 anos, e não seriam tão atrativos para iniciativa privada quanto investimentos de curto e médio prazos.