O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) pressionou e já conseguiu a liberação de R$ 30 bilhões da linha de empréstimo de R$ 55 bilhões do Tesouro Nacional autorizada pela medida provisória (MP) 526. A emissão dos títulos como pagamento da primeira parcela do empréstimo foi feita no dia 14. A expectativa da área econômica do governo é de que o restante do empréstimo seja liberado somente em 2012.

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A liberação do dinheiro foi feita no dia da aprovação da MP 526 pela Câmara dos Deputados, na terça-feira desta semana. O governo estava preocupado com a votação da MP. Havia uma preocupação, durante o auge da crise política envolvendo o ex-ministro da casa Civil, Antonio Palocci, de que a MP fosse alvo de barganha política. A pedido do Palácio do Planalto, a MP foi incluída na pauta da Câmara como uma das prioridades do governo. A MP ainda terá que ser aprovada pelo Senado, mas o governo preferiu se antecipar e liberar a primeira tranche (parcela).

A intenção do Ministério da Fazenda era deixar para 2012 a maior parte do repasse dos recursos, como instrumento de política econômica e combate à alta da inflação. O empréstimo de R$ 55 bilhões do Tesouro Nacional ao BNDES é o quarto concedido ao banco depois da crise financeira internacional, para fomentar o aumento dos investimentos no País. Essa política é alvo, no entanto, de inúmeras críticas de economistas, que argumentam que os empréstimos ao BNDES são um dos responsáveis pelo aquecimento da economia do Brasil, com reflexo na alta da inflação.

Na semana passada, a divulgação da notícia de que o governo poderia deixar para 2012 o repasse do dinheiro teve reflexos nas taxas de juros no mercado futuro. As taxas recuaram porque os investidores avaliaram que um pé no freio no crédito concedido pelo BNDES pode ajudar no controle da inflação.

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O empréstimo de R$ 55 bilhões foi anunciado em março pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para reforçar as linhas de financiamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), criado para estimular a venda de bens de capital e a inovação no País. Os aportes do Tesouro somaram R$ 205 bilhões em 2009 e 2010. Esse dinheiro ajudou a injetar crédito no mercado durante a crise financeira.