Rio (AE) – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, anunciou ontem um pacote de medidas para simplificar o crédito a pequenas e médias empresas, que é repassado por outras instituições financeiras. O BNDES deixará de determinar regras de garantia aos agentes financeiros, que fazem a ponte entre o BNDES e os tomadores de crédito. Os agentes financeiros serão agora responsáveis pela análise das garantias, que poderão até ser dispensadas . ?Hoje o BNDES tem segurança de estabelecer um limite de crédito por banco. Uma vez estabelecido o limite de crédito por banco, o banco é que resolve que garantias pedir?, disse.
A instituição repassadora também poderá dispensar burocracia envolvendo registro de veículos com propriedade fiduciária e com garantia de fiança ou aval de pessoas físicas. O BNDES vai parar de exigir dois pedidos formalizados para operações automáticas. A chamada ?consulta prévia? fica dispensada, o que na prática reduz o número de pedidos formais para um só. A fixação dos juros de mora passam a ficar a critério dos bancos repassadores. Fiocca lembrou ainda que por recente mudança no decreto que regula o leasing, agora é possível financiar esse tipo de operação com remuneração pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) com empresas de capital estrangeiro, inclusive bancos de capital estrangeiro, o que era proibido.
Automóveis
Fiocca também confirmou que o BNDES está estudando mudanças em seus financiamentos para o setor automotivo e em relação aos créditos para exportações de automóveis. Ele informou que as modificações que houverem não valerão apenas para a Volkswagen, mas para todo o setor.
Fiocca não deu detalhes sobre esses estudos. Não confirmou nem negou que os spreads cobrados pelo banco para o setor poderão ser reduzidos e nem que o valor do crédito à exportação possa ser ampliado de 30% para 60% do total da venda ao exterior, possibilidade informada pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
Fiocca destacou que o empréstimo de R$ 450 milhões concedido pelo BNDES este ano para a Volkswagen inclui no seu contrato o compromisso formal de a montadora não fazer nenhuma demissão no âmbito específico dos projetos de investimento de R$ 920 milhões que o banco está financiando. ?Isso não tem nenhuma relação com a reestruturação mundial da empresa?, afirmou.
Balanço
Os BNDES ?cresceram bastante em abril deste ano em relação a abril do ano passado, dando um sinal diferente do primeiro trimestre?, afirmou o presidente da instituição, Demian Fiocca. Ele não informou os números de abril, que devem ser divulgados nos próximos dias. ?Nem a desaceleração do primeiro trimestre, nem a aceleração do quarto trimestre (de 2005) devem ser vistos como uma tendência?, explicou.
De acordo com ele, a economia brasileira está se acelerando e o crescimento do PIB pode ficar entre 3,5% e 5%. Ele manteve a previsão de que os desembolsos do BNDES em 2006 devem crescer cerca de 20% este ano em relação ao ano passado, sendo que os recursos para pequenas e médias empresas devem crescer em torno de 25%, ganhando participação no total.
