Rio (AE) – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou investimentos na indústria estimados em R$ 84 bilhões para o período de 2007 a 2010, coincidentemente o prazo de mandato do próximo governo federal. A queda na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), de 7,5% para 6,85%, se juntou às boas novas do banco estatal.

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O presidente do BNDES, Demian Fiocca, fez quatro anúncios em sete dias. A maior parte deles esta semana: de segunda até ontem foram divulgações diárias. Começou com o setor de papel e celulose, com investimentos previstos de R$ 20 bilhões; depois mineração e siderurgia, com R$ 46,4 bilhões; o setor elétrico ganhou um pacote de redução de juros e, por fim, a petroquímica, cujos investimentos estão previstos em R$ 17,6 bilhões.

Do total de investimentos para os três setores citados, o banco se propõe a financiar R$ 35,8 bilhões. Mas a magnitude das cifras, mesmo distribuídas por quatro anos, destoa do desempenho do banco este ano: de janeiro a agosto foram liberados R$ 27,5 bilhões, pouco menos da metade do orçamento disponível, de R$ 60 bilhões.

A indústria tem uma demanda maior nos desembolsos, em relação ao ano passado, mas o aumento é apenas de 3%, comércio e serviços também registraram crescimento de 4% nas liberações. Em contrapartida, as quedas nas liberações para agropecuária (-22%) e infra-estrutura (-12%) foram bem expressivas no período.

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Fiocca, que ontem anunciou as medidas para o setor petroquímico, tentou desvincular as divulgações em série do processo eleitoral. ?Não tem nada a ver (com as eleições)?, afirmou. Ele lembrou que desde o ano passado, quando o banco era presidido pelo atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, o BNDES vem preparando estudos sobre os setores que mais estão preparando investimentos: papel e celulose, siderurgia e química e petroquímica. Segundo Fiocca, a divulgação ?estava programada há meses?. No entanto, a imprensa foi avisada das entrevistas dos últimos dias horas antes de serem realizadas.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Nilton de Mello, comemorou a redução da TJLP, que chegou a ?patamar de primeiro mundo? e classificou os pacotes do BNDES como ?medidas de gestão?. ?O presidente Demian Fiocca está ansioso para liberar mais empréstimos e está aproveitando a oportunidade?, disse, esquivando-se de comentários sobre a proximidade das eleições.

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