Bloqueios em estradas do RS afetam indústria de alimentos e postos

A continuidade dos protestos de caminhoneiros nesta quarta-feira, 25, aumenta o prejuízo para a economia do Rio Grande do Sul. Os bloqueios de estradas em muitas regiões do Estado estão impedindo o transporte de mercadorias perecíveis e de primeira necessidade, como leite, frutas e carnes, o que afeta a atividade das indústrias de alimentos. As manifestações também começam a provocar o desabastecimento de postos de combustíveis em algumas cidades.

Na manhã foram registrados mais de 50 bloqueios em rodovias federais e estaduais do Rio Grande do Sul. Isso ocorre apesar de ontem a Justiça ter atendido pedidos de liminar da Advocacia Geral da União e do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS) determinando o desbloqueio de diversos trechos. Uma das situações mais críticas é a da região de Três Cachoeiras, no litoral norte do RS, onde 1,5 mil caminhões ficaram parados na BR-101.

Em nota, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) confirmou a preocupação com o desabastecimento das lojas no Rio Grande do Sul, principalmente de produtos de açougue e hortifrutigranjeiros. No norte do Estado, muito atingido pelos protestos, mercados de Passo Fundo e Ijuí começam a acusar a falta de produtos. Nestes casos, a Agas recomenda que os estabelecimentos supram os estoques por meio da compra direta de produtores locais.

A paralisação de caminhoneiros também dificulta o transporte de farelo para ração de suínos e aves em regiões rurais. Alguns frigoríficos estão sem atividade desde segunda-feira.

No setor leiteiro, segundo o Sindilat-RS, mais de 50% da produção na região norte do Estado foi comprometida, já que a matéria-prima não está chegando às indústrias. Como os caminhões não conseguem fazer a coleta e os estoques resfriados das propriedades rurais estão cheios, alguns produtores foram a obrigados a jogar o leite fora.

O terceiro dia de paralisação dos caminhoneiros prejudica ainda a distribuição de combustíveis. De acordo com Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Estado do Rio Grande do Sul (Sulpetro), a falta de combustíveis nos postos ainda é pontual, mas pode se agravar.

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