Brasília
(AE) – A diretoria do Banco Mundial (Bird) deverá aprovar hoje (13), em Washington, a liberação de quatro empréstimos para o Brasil no valor total de US$ 1,1 bilhão para os setores financeiro, energético, educacional e do meio ambiente. O anúncio foi feito ontem pelo diretor do Bird no Brasil, Vinod Thomas, logo depois de uma reunião com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e sinaliza para o mercado a confiança da instituição nos rumos da economia.“Estamos indicando apoio ao programa de reformas e de ajuste macroeconômico e temos uma avaliação muito positiva do cenário de médio prazo”, afirmou Thomas, salientando que está “olhando com lentes de dois a três anos”.
De acordo com o diretor do Bird, que viajou ontem mesmo à capital norte-americana, são naturais as flutuações do mercado em períodos eleitorais, como está ocorrendo no Brasil.
“O mercado avalia sempre, é difícil dizer se correta ou incorretamente, mas as instituições democráticas são um ponto forte do Brasil”, disse. “Não ter eleições seria pior”, emendou.
Thomas avalia que os fundamentos da economia do País são sólidos e não deverão ser afetados, “em princípio”, por qualquer um dos candidatos que vença as eleições presidenciais. “Não vi nenhuma pesquisa apontando que o povo quer a instabilidade econômica ou a taxa de câmbio fixa de volta. Também não vi ninguém (dos candidatos) falando isso, mas temos sempre um debate sobre qual política, A ou B, é a melhor.”
O diretor do Banco Mundial destacou os progressos do Brasil tanto no campo fiscal e cambial quanto nos investimentos em áreas sociais, sobretudo a educacional. Thomas chegou a apresentar a Malan gráficos comparando a evolução das taxas de mortalidade infantil e de matrícula escolar do Brasil com as de outros países para justificar a liberação de um terceiro empréstimo para o Ministério da Educação, no valor de US$ 150 milhões.
“Em 1990, de cada 100 crianças brasileiras, 20 não iam à escola, e hoje esse índice caiu para 3% ou 4%. Essa é uma das melhores taxas do mundo”, disse Thomas. Segundo ele, os empréstimos que serão aprovados amanhã pelo Bird estavam sendo analisados há um ano.
O programa de modernização e supervisão dos bancos federais deverá receber US$ 450 milhões do Banco Mundial, enquanto o setor elétrico receberá uma injeção de US$ 400 milhões para o plano de revitalização que foi recentemente anunciado pelo governo. A instituição vai liberar ainda cerca de US$ 100 milhões para um projeto de desenvolvimento sustentado na área de meio ambiente que tem a participação do Brasil e de outros países do continente.
