Brasília (AE) – O Banco Mundial (Bird) aprovou, ontem, empréstimos no total de US$ 1,14 bilhão para o Brasil. Os recursos atenderão a dois programas do governo federal: apoio às reformas microeconômicas e recuperação de rodovias. Um terceiro financiamento, concedido ao governo do Ceará, combaterá a pobreza naquele estado. A diretoria do organismo multilateral, reunida em Washington, também aprovou hoje um relatório sobre os avanços na economia brasileira no período de 2004 a 2005. Nele, avalia que algumas áreas, como investimentos em infra-estrutura e melhoria na qualidade do gasto público, precisam de reforço.
O empréstimo de maior valor foi concedido ao Ministério da Fazenda: US$ 601,5 milhões. Ele tem como objetivo apoiar reformas como a aprovação da Lei de Falências e o início da Reforma do Judiciário no Brasil. ?São projetos que criam condições de crescimento a longo prazo?, disse o economista sênior do Bird Paulo Corrêa, gerente do programa. Os recursos, mais baratos do que as captações feitas pelo governo no mercado financeiro, vão reforçar as reservas brasileiras.
O outro empréstimo, de US$ 501,25 milhões, tem por objetivo reduzir o custo de transportes no País, com melhor aproveitamento da malha rodoviária. Entre as ações a serem financiadas com esses recursos está a melhoria na gestão dos contratos pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Isso, na avaliação do Bird, permitirá um uso mais eficiente do dinheiro público. Os recursos também serão usados pelo Ministério dos Transportes para o programa de manutenção e recuperação das rodovias federais.
Houve ainda um empréstimo ao governo do Ceará, no valor de US$ 37,5 milhões. O objetivo é o combate à pobreza, principalmente nas áreas rurais, e melhorar o acesso da população aos serviços públicos.
A diretoria do Bird também aprovou um relatório sobre os avanços obtidos no Brasil em 2004 e 2005. Nele, o diretor do Bird no Brasil, John Briscoe, aponta para a queda das taxas de desemprego, a melhoria nos indicadores de distribuição de renda, a queda da inflação e a redução das vulnerabilidades externas da economia brasileira.