O economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Jankiel Santos, disse nesta quinta-feira, 3, (3) que a redução pela agência de classificação de risco Moody’s de positiva para neutra da perspectiva da nota de crédito do Brasil não apenas foi correta como estava atrasada, já que a Standard & Poor’s já havia colocado o rating do País em perspectiva negativa.
“Existe perspectiva de melhora dos indicadores? Não. Assim como não há sinalização do ministro da Fazenda (Guido Mantega) e da presidente Dilma (Rousseff) de que haverá uma melhora”, afirmou Santos, após palestra promovida pelo banco. Além disso, segundo ele, não existe perspectiva de alta da taxa de crescimento do Brasil acima de algo entre 2% e 2,5%. “O investimento, que seria o motor do crescimento, não deslanchou.”
Santos acredita ser difícil de a Moody’s rebaixar a nota de crédito. “Ano que vem vai piorar? Não. Apenas deve ser mais do mesmo, então não haveria razão para reduzir.” Ele disse que o receio dele é que a S&P faça o rebaixamento e mantenha a perspectiva negativa. “Aí é o desastre. Mas não acho que isso vai acontecer.”
O economista afirmou ainda que não prevê que a taxa básica de juros, a Selic, chegue a dois dígitos. O vice-presidente da Moody’s, Mauro Leos, disse, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que se a Selic chegasse a dois dígitos isso criaria pressões sobre o Tesouro e complicaria ainda mais a gestão fiscal. Para Santos, a taxa básica de juros deve encerrar 2013 e 2014 em 9,75%.