O governo federal reduziu seus gastos em abril e ao mesmo tempo a arrecadação de impostos feita diretamente pelo Tesouro Nacional ajudou a elevar para R$ 106 bilhões a arrecadação geral, que, por sua vez, foi vitaminada pelo maior volume de pagamento de dividendos. O resultado de toda essa contabilidade, avalia o economista-sênior do Espírito Santo Invesment Bank (Besi Brasil), Flávio Serrano, foi o superávit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e INSS) de R$ 16,596 bilhões em abril, conforme divulgou nesta quinta-feira, 29, o Tesouro Nacional.

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Serrano esperava que a economia do governo central em abril fosse ficar em R$ 15 bilhões. Ele diz que o resultado efetivo já era de certa forma esperado porque o Tesouro Nacional havia afirmado que a meta de superávit primário do quadrimestre já tinha sido cumprida. “Não se sabia o quanto, mas o mercado alinhou suas projeções para algo entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões porque estes valores são compatíveis com o cumprimento da meta, que no ano é de 1,55% do PIB”, explica Serrano.

As despesas em abril, de acordo com o economista, em linhas gerais, ficaram mais ou menos estáveis. Na mesma direção foram os gastos com custeio e os benefícios previdenciários. A boa notícia é que os gastos com investimentos subiram de R$ 5,3 bilhões em março para R$ 6,9 bilhões em abril.

De acordo com Serrano, talvez o Besi venha a acrescentar algo em torno de R$ 1 bilhão na projeção de superávit primário do setor público consolidado em abril, de atuais R$ 17 bilhões para R$ 18 bilhões. Ele acredita que, como o primário do governo central teve contribuição relevante dos dividendos, o primário das empresas estatais deve ser menor.

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