O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, defendeu que a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física seja corrigida de acordo com a variação da inflação. "Imposto de Renda é um assunto mais pertinente ao Ministério da Fazenda, já que envolve a Receita Federal. No entanto, eu sempre manifestei a minha opinião pessoal de que a correção periódica da tabela de Imposto de Renda segundo os índices de inflação é uma maneira de manter o equilíbrio tributário", disse.
Segundo ele, o Ministério do Trabalho se posiciona "favorável" à correção da tabela pela inflação integral dos últimos dois anos, ou seja, 2003 e 2004.
Mínimo
Berzoini disse ainda que existe a possibilidade de atrelar o reajuste do salário mínimo ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) per capita, como está previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Ou seja, além da reposição da inflação poderá haver um aumento real igual ao percentual de crescimento do PIB per capita. O salário mínimo está atualmente em R$ 260.
"Como esse ano o PIB tende a ser expressivo, ele pode levar o salário mínimo a ter um aumento real de 2,5% a 3%. Mas estamos buscando possibilidades no Orçamento de alcançar um patamar superior a esse", afirmou.
O ministro disse que terá uma reunião na próxima semana para discutir o salário mínimo. "Nós vamos principalmente homogeneizar as informações sobre os impactos orçamentários com as centrais sindicais."
"De certa forma, o aumento do salário mínimo já é uma contratação de qual será o patamar de crescimento da economia, principalmente em relação ao mercado interno, em 2005", acrescentou.
Emprego
O ministro do Trabalho disse também que o emprego formal deve crescer cerca de 8% neste ano. "Muitos questionavam se haveria bases para o crescimento econômico do País e, principalmente, geração de emprego. Diziam, ainda, que o mercado de trabalho não iria acompanhar a expansão econômica. As teorias estavam equivocadas", disse o ministro.
De acordo com ele, em dez meses, o emprego formal registrou crescimento de 7%, com a geração de 1,8 milhão de vagas no País.
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve crescer neste ano cerca de 4,61%, segundo estimativas do mercado divulgadas no relatório Focus do Banco Central. A projeção para 2005 é de expansão de 3,5% no PIB.
"Esse é o momento de renovar. Temos que continuar investindo e construir um bom ambiente de negociações coletivas."
O ministro esteve ontem em São Paulo para assinar um protocolo de intenções de apoio ao Programa Primeiro Emprego com o grupo Accor.