O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que o governo crie um novo órgão para cuidar dos projetos do planejamento, principalmente, do setor de logística. Segundo o ministro, não necessariamente será uma empresa. “Não sabemos ainda o que vai ser, mas o presidente quer um reforço nessa área de engenharia e de projetos. Ele quer que seja criada uma estrutura, um bureau, algo para cuidar dos projetos, provavelmente, localizada no Planejamento (ministério)”, disse.

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Bernardo disse que esse organismo seria semelhante à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão subordinado ao ministério de Minas e Energia, que faz o planejamento do setor elétrico. Ele explicou que essa nova estrutura não teria grandes ativos como uma empresa comum. “Os ativos serão seus técnicos, engenheiros e geólogos”, disse. Para ele, não haverá conflito entre esse novo organismo e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT). “O DNIT é mais executor do que elaborador de projetos”, comentou.

Juros

Bernardo afirmou também que, com a decisão de ontem de aumentar o compulsório dos bancos, é possível que o Banco Central (BC) postergue o aumento da taxa básica de juros (Selic). “É uma possibilidade”, disse o ministro, ao ser questionado sobre o assunto após participar de palestra na sede da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

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“O BC dá um sinal claro de que, além do simples manuseio da taxa de juros, pode usar outros instrumentos (para controlar a inflação)”, completou. Bernardo afirmou que, na opinião do governo, na inflação está sob controle. “Mas nós nos preocupamos sempre com ela”, afirmou. Segundo ele, é uma orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o governo “bata duro” para controlar a alta dos preços.

O ministro também comemorou os resultados do superávit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) do setor público, divulgados hoje pelo Banco Central. O superávit primário acumulado em 12 meses, encerrados em janeiro, atingiu 2,32% do Produto Interno Bruto (PIB). “São bons resultados, mas a nossa meta é fechar o ano com 3,3% (do PIB). Com certeza, dá para chegar lá”, disse. Bernardo negou que o governo esteja atrasando pagamentos de depósitos judiciais para inflar artificialmente o superávit.

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