O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, criticou hoje o discurso sobre a necessidade de o governo cortar gastos. Para ele, o discurso está “surrado”. Segundo o ministro, o Brasil está vivendo um momento diferente. De acordo com Bernardo, quando comparado do ponto de vista fiscal com o quadro internacional, o Brasil terá o melhor resultado fiscal este ano dentro do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), com exceção da Argentina.
Bernardo lembrou ainda que os Estados Unidos terão um déficit nominal de 13,5% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o Brasil terá um déficit de 1,9% do PIB. “As pessoas estão querendo medir a realidade com uma régua que existia antes da crise, mas a realidade mudou completamente. Esta régua não está servindo para fazer uma boa medida”, disse o ministro, ao deixar o 7º Congresso Internacional Brasil Competitivo.
Bernardo afirmou que “essa ladainha” não serve para o Brasil. Ele disse que, se o País não tivesse adotado certas medidas, o Brasil teria sequelas muito maiores. Segundo ele, entre os membros do G-20, o Brasil foi o País que mais criou empregos. O ministro destacou que, se tivesse aumentado o desemprego, a conta de seguro-desemprego teria sido altíssima, quando, na verdade, foram gastos R$ 10 milhões com esta conta no primeiro semestre. “O Brasil é mais complexo do que só falar ‘corta gasto, corta gasto’. Esse discurso é surrado. Está vencido. Nós temos que ter rigor fiscal, mas não dá para ficar só com esse bordão surrado”, disse.