O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, criticou hoje a indexação dos benefícios previdenciários ao aumento do salário mínimo. Atualmente, o piso dos benefícios da Previdência é reajustado pelo mesmo índice do salário mínimo, enquanto os benefícios acima desse valor têm como base de correção o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Uma emenda do senador Paulo Paim (PT-RS) pretende indexar os reajustes dos benefícios previdenciários – inclusive os que estão acima do piso – ao aumento do salário mínimo. A proposta foi incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e depende de sanção do presidente Lula.
“Não sou adepto dessa medida. Se a gente olhar o que está acontecendo em termos demográficos, a questão das aposentadorias, da previdência no País, e olhar a longo prazo, só tem um jeito de atrelar o salário mínimo e os outros benefícios, é não dar aumento real para nenhum deles. Como nós estabelecemos uma política de dar aumento real para o salário mínimo, vamos ter de enfrentar esse debate e ver se a gente consegue superar isso. Se você falar, ‘tem que ser tudo igualzinho’, com certeza vai todo mundo receber só inflação”, disse Paulo Bernardo.
Questionado se o governo deveria barrar a medida, o ministro respondeu que espera “que sim”. “Vou conversar com o presidente ainda, quem tem a caneta e o poder na hora de sancionar ou vetar é o presidente Lula, mas vamos ponderar essas coisas com ele.”